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Se, em uma noite de verão, a Portuguesa de São Paulo

Jornal Opais por Jornal Opais
10 de Março, 2023
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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Encontrei o imortal da cadeira 16, ainda não empossado, mas já imortal, Jorge Cabral, sentado a meu lado, os dois de igual para igual mas de mortal para Imortal no encerramento do Flipoços, o Festival Literário de Poços de Caldas, exatamente no dia 11 de setembro 2023, 22 anos depois de três aeronaves terem aterrado no orgulho americano e, o mais importante aqui, poucos dias depois da independência brasileira ter cumprido dois séculos.

A trama desta história acontece em dois momentos diferentes, distanciados por 6 meses. Antes, no palco de um Teatro e depois em um Estádio de futebol.

Mas ao contrário do que é costume, o primeiro momento desta história nunca teria acontecido sem o segundo: Foi assim.

Sendo muito sensível a coisas que acontecem em datas que já mudaram o mundo, encontrei nosso encontro auspicioso e cheio de potencial.

Durante meses falámos com entusiasmo desse dia em que nos encontraríamos para falar de livros e de história, “200 Anos, 200 Livros e mais de 1000 amores história que se transformou em um lindo romance entre Brasil e Portugal”, era o tema, mas acabamos falando de futebol.

Jorge, imortalmente tomou da palavra, como só os imortais sabem tomar, e terá dito (ou eu terei escutado, já não lembro bem) quase parafraseando Fernando Pessoa e o livro do Desassossego “hoje torço pela Portuguesa, pela mesma razão que meus pais e o meu bisavô sempre torceram ou seja, sem saber porquê”.

E assim foi, palavras imortais umas a seguir às outras, meia hora de deleite, explicando o Jorge essa sua história de amor por Portugal, esse país de imigrantes que hoje já não é trocou de lugar com o Brasil e acolhe hoje em seu pequeno território uma enorme inovadora diáspora brasileira que ameaça a ordem estabelecida e até já tem nome de baptismo: o primeiro movimento de contra colonização da história.

Quando chegou a minha vez de falar  Ave Jorge, morituri te salutant no lugar do avô Santos Caldeira, fundador e três vezes presidente da Portuguesa, confessei que torcia pelo Palmeiras porque sou amigo do Abel Ferreira, e contei minha história que fica do outro lado da vida.

As desventuras de meu avô António Fernandes, que sofreu em Manaus o infortúnio dos que nunca deixaram de ser Emigrantes  Ferreira de Castro, por Pessoa e regressou a Portugal, sem fama nem glória, 11 anos depois e mais pobre do que quando havia imigrado, fugindo a Salazar. Seis meses depois (25.fev) telefonei ao Jorge.

“Amanhã a Portuguesa joga no Canindé, você quer vir? Temos umas contas a ajustar”  disse-lhe. Jorge se lembrava bem de como o futebol tinha ganho à literatura em nosso encontro de Poços de Caldas e que havia de ser dentro das 4 linhas que íamos continuar a conversa.

Era um jogo daqueles no Canindé.

Partida de vida ou morte, como infelizmente têm sido quase todas da Lusa nos últimos 20 anos.

O empate contra o São Bento condenava o time dos Caldeira a voltar a ser despromovido deixando a sobrevivência na esfera dos milagres.

Mas qual profecia do Bandarra, na última jornada do Paulistão, logo se provaram Fátima e as aparições, as relíquias de santo e todos os restantes milagres e, como dizem alguns, também se demonstrou de novo essa condição única que melhor define os portugueses ao longo da história: ser tão capazes de fazer tudo com quase nada, como de estragar tudo sem ninguém entender como. Afinal toda a literatura do mundo cabe sempre em um jogo de futebol.

 

Por: JOSÉ MANUEL DIOGO 

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