Nos dias que correm, poucas são as pessoas que nunca tiveram a vida afectada pelas redes sociais. De forma positiva ou negativa, a sorte ou o azar acaba sempre por bater à porta, não importando o tamanho da tragédia ou benfeitoria. Para muitos, a obtenção de likes ou a adopção do estatuto de influencer ultrapassa os limites.
Neste emaranhado de situações, as figuras públicas são aquelas que mais acabam vilipendiadas. Há dias, pela manhã, observava uma discussão no Facebook, onde muitos comentários são sempre aprazíveis de se ler, porque alguns diziam que uma conhecida apresentadora era casada com o sicrano, mas, do outro lado, um outro garantia, firmemente, que era com o beltrano.
Quando não se conhecem as pessoas, acaba por ser normal olhar para este tipo de discussões e comentários sem qualquer interesse.Mas, quando se trata de indivíduos que até são figuras públicas, cujos rostos são estampados com regularidade em anúncios, passam em programas de televisão e até em jornais, o desconhecimento acaba por ultrapassar os limites da racionalidade.
É por isso que vimos,dia-após-dia,sem quaisquer garantias, dezenas ou centenas de indivíduos vilipendiando figuras públicas e anónimas nas redes sociais e até mesmo em sites informativos sem alguma confirmação da sua veracidade.
Para muitos, são assuntos que não deveriam sequer merecer atenção por terem sido feitos num espaço aparentemente descredibilizado.
Só que, aos poucos, por mais que não se aceite, estas mesmas informações publicadas através das redes sociais criam inúmeros problemas aos cidadãos, havendo hoje até casos de pessoas que perderam contratos, postos de trabalho e com enormes prejuízos financeiros.
Poucos são aqueles que se mostrarão contrários à iniciativa do Executivo de regular o que se passa no mundo digital, numa altura em que existem até países que apostaram na descontinuação de determinados fenómenos virtuais.
O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, disse ontem, no final da reunião do Conselho de Ministros, que o instrumento é importante para o desenvolvimento dos países, mas igualmente representa algum perigo quando ele não é regulado, porque “hoje o mundo caminha para a regulação do ambiente digital, de forma que possamos, ou que as sociedades possam, de facto, proteger os países, as organizações e, sobretudo, os seus cidadãos”.
Longe de alguns receios que sevão avançando, o Executivo garante que ‘o objectivo é também implementar medidas para enfrentar as ciberameaças ou ciberataques que periguem os interesses nacionais e a soberania digital, para garantir o normal funcionamento das instituições públicas e privadas, assim como respeitar os direitos e liberdades individuais, por via de um sistema eficiente de protecção de dados pessoais’.









