Dei de cara ontem, na zona de Talatona, com um cartaz do Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) anunciando o programa Replica, considerado pelos seus idealizadores como sendo a porta de entrada das franquias no país. Apercebi-me do referido projecto há dias, depois de o ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns, ter dado o tiro de largada, anunciando as razões da sua criação e as perspectivas que o mesmo poderá abrir aos empreendedores angolanos, entre os quais muitos jovens.
Um modelo de negócio existente em muitas partes do mundo, incluindo alguns países com os quais Angola tem uma forte parceria comercial, há muito que me perguntava as razões que faziam com que adaptássemos, principalmente nesta fase em que o país clama por investimentos e empregos para os jovens.
Distante dos negócios milionários e multimilionários, a franquia não é mais do que a adopção de um modelo de negócio, com a mesma marca e estrutura – até já existentes – que podem ser replicados por terceiros, desde que se mantenha os mesmos padrões e qualidade dos produtos comercializados ou fabricados. Há entre nós os projectos de muitos jovens, incluindo recentes, que poderiam ser replicados noutras regiões do país, optando-se pelas mesmas marcas, que seriam verdadeiros sucessos.
Da restauração ao comércio geral, da prestação de serviços a outros segmentos, aos poucos muitos se vão afirmando e podem servir de mola impulsionadora para que se aumente significativamente estes negócios e milhares de postos de trabalho para os angolanos. Claro está que manter a qualidade original poderá ser um quebra-cabeça para muitos. Mas as franquias, na sua maioria, têm igualmente a vertente da formação e acompanhamento daqueles que são os criadores ou cidadãos que trouxeram as marcas em Angola.
Por exemplo, não seria uma má aposta comercial se marcas angolanas como os gelados Rabugento, restaurantes como o Pé na Areia, serviços de entrega como a Mano, Tupuca, assim como tantas outras que têm o nosso selo, se pudessem espalhar nas grandes cidades através de outros investidores, desde que se mantenha a qualidade. Os seus responsáveis poderiam, numa tour, assim que surgissem interesses, abrir franquias e transmitir experiências.
É assim que muitas marcas na Europa ou até mesmo na América acabaram por se transformar em poderosas ao redor do mundo, tanto a nível dos pequenos, médios e grandes negócios. É comum ouvir-se, muitas vezes, alguns jovens dizerem que não têm qualquer jeito para negócios. E muitos deles é por falta de qualquer capacidade criativa. Agora, parece que o processo se torna mais fácil: é só replicarem…









