Dois dias depois, para muitos, os caminhos vão dando à Feira Internacional de Angola, designação agora adaptada para a então Feira Internacional de Luanda (FILDA), que agora é organizada nas instalações da Zona Económica Especial (ZEE), no Icolo e Bengo.
Estão presentes nesta edição mais de duas mil empresas, entre nacionais e estrangeiras, algumas novatas e outras já radicadas no território angolano.
Para muitos, com uma idade já mais avançada, longe está cada vez mais a fase em que nesta temporada famílias inteiras, estudantes e não só franqueavam o espaço agora abandonado no Cazenga, na área da Frescangol.
Uns convencidos pela curiosidade e outros à busca de brindes que até então abundavam em tempos de vacas gordas. Enquanto alguns procuram entretenimento, ainda nos dias de hoje, um grande número de presentes faz jus a um dos propósitos mais nobres do evento: fazer negócios.
Um dos aspectos que mais marcam nas feiras actuais é poder observar o surgimento e crescimento de empresas nacionais ou estrangeiras radicadas no país envolvidas no processo de desenvolvimento, com soluções e produção nacional.
No passado, quando se quis ver determinados produtos, percorriam-se, quase a título exclusivo, os pavilhões das representações internacionais, onde se poderia observar desde as simples guloseimas às produções mais complexas. E ter acesso a estes bens era somente por via da importação e os custos que a referida operação obrigava.
Hoje, quando se visita a FILDA, por incrível que pareça, surge um misto de espanto por conta dos bens que já são produzidos a nível interno e a redução de muito que era buscado do outro lado do Atlântico. E não falta mesmo quem, no meio da oferta existente e dos produtos que precisa, não exclame: ‘afinal, também já produzimos isso aqui’.
Da agricultura à indústria, felizmente, é possível ver-se o esforço que empresários têm feito no sentido de se diminuir a importação.
Uns produzindo mais nos campos espalhados por Angola e outros fabricando aquilo que anteriormente só era possível observar em stands de empresas vindas de outros países.
Atingido tal desiderato, hoje muitos destes empresários estão de olhos virados para a exportação, razão pela qual o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, decidiu dar a mão, ainda no dia da abertura da FILDA 2025, também sob os signos das festividades dos 50 anos de independência.
A exportação significará, seguramente, a entrada de mais divisas, passando o país a não contar somente com um produto que lhe rotula como sendo mono dependente do petróleo.