A falta de utilização das línguas angolanas em eventos corporativos, palestras e espaços de conhecimento é um reflexo de um problema maior: permitimos que o nosso “Quadro” fosse pintado por mãos alheias à nossa cultura e ao nosso país.
Hoje, vivemos em desordem, desconectados da nossa própria história e essência. Esse distanciamento faz com que o conhecimento transmitido não seja plenamente assimilado.
Cada distorção que se afasta dos padrões culturais angolanos nos coloca numa frequência de baixa capacidade de comunicação, tanto internamente quanto com outros países.
Isso mina a essência daquilo que define a cultura, o empreendedorismo, a tecnologia e a inovação em Angola. A identidade, a persistência e a resiliência são pilares fundamentais para transformar Angola num país de alto valor, onde os jovens possam ser criativos e protagonistas das suas próprias invenções, sem jamais se envergonharem das suas origens.
Os nossos antepassados lutaram com honra, coragem e orgulho, dedicando as suas vidas para que tivéssemos uma Angola melhor.
Uma Angola onde cada família pudesse viver sem amarras, onde o amor entre províncias, municípios e comunidades fosse fortalecido não apenas pelo território que nos une, mas pelo propósito que os nossos heróis defenderam ao enfrentar a colonização e as lutas pela independência.
Esse legado deve inspirar-nos a construir um futuro em que Angola brilhe como um farol de criatividade, inovação e união. No entanto, ainda vivemos em realidades onde a educação é escassa, e o conhecimento transmitido muitas vezes carece de lógica e contextualização.
Grandes empresários e entidades têm feito esforços notáveis para criar empresas e institutos que apoiem as famílias e a sociedade. O desafio, porém, é garantir que esses esforços resultem em jovens com aptidões proactivas, capazes de identificar pequenas oportunidades e transformá- las em grandes conquistas para o país. É urgente retomar o “pincel” e reescrever a nossa narrativa.
Precisamos resgatar as histórias dos nossos antepassados, celebrar as nossas línguas e tradições. Só assim poderemos viver de forma ordenada, conscientes do nosso passado e confiantes no nosso potencial.
POR: Samuel Eduardo
Luanda