Identifica-se como adepto das ideias de Thomas malthus quer nas lides académicas, quer nas posições públicas que toma. Doutorado em Demografia, Mingiedi Zinga defende que, se Angola não tomar medidas antinatalistas agora, terá mais dificuldades de fazê-lo no futuro, porque os recursos nunca serão suficientes para melhorar a condição material da população e combater a miséria, o subdesenvolvimento, a delinquência e o analfabetismo. “Eu defendo que cada família deve ter, ao máximo, quatro filhos”. Apesar de apontar problemas no Censo, cujos resultados foram divulgados recentemente, refere que “é o Censo que temos. qualquer trabalho que for feito relacionado à população não será feito na base de outros dados, senão os dados que o INE nos trouxe”
Que Censo temos?
Começo por felicitar o Instituto Nacional de Estatística (INE) por essa grande operação, porque nós ficámos de 1975 até 2014 sem realização de um censo. Em 2014, realizámos o primeiro Censo, concluindo que a população era de 25.789.024 habitantes. O Censo foi realizado há dez anos e, pelo esforço do INE e da equipa, conseguiram cumprir com essa recomendação das Nações Unidas. Em 2024, realizámos o segundo Censo, com todas as dificuldades, todas as limitações, etc. Portanto, temos que aplaudir e agradecer ao INE por esse esforço. Agora, que Censo temos? Eu diria que, se os resultados definitivos saíram, apesar de lamentações, críticas, etc., é porque a Organização das Nações Unidas reconheceu a validade dos dados; porque, se não reconhecessem, então não teríamos os resultados definitivos. Portanto, este é o Censo que temos, nas condições difíceis que temos, etc., este é o Censo. Qualquer trabalho que for feito relacionado à população não será feito na base de outros dados, senão os dados que o INE nos trouxe. As críticas são normais; em todas as operações há quem está satisfeito, há quem não está satisfeito, há dificuldades, etc. Porque quem não está dentro desse processo não pode conhecer a complexidade dessa operação. É uma operação complexa. Mesmo em países experientes, às vezes encontram grandes dificuldades. Porque, segundo as Nações Unidas, o período crítico, o normal, para a colheita de dados, são sete dias — de sete a quinze dias. Mas, por causa da complexidade, muitos países não conseguem respeitar esse período. Vão a um mês, dois meses. O Brasil, às vezes, precisa de três meses para fazer a colheita de dados a nível nacional
Mas os nossos resultados levaram um ano para serem divulgados. Era o indicador de que alguma coisa não estava bem?
Sim, sim. Essa demora demonstrava que havia grandes dificuldades. Porque no primeiro Censo, acho que a demora foi de dois ou três meses para anunciar os resultados definitivos. Hoje, neste Censo, praticamente um ano.









