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ESCRITORA AMÉLIA DYA KASSEMBE: “Angola é um mosaico de culturas, temos que valorizá-la e preservar para toda a vida”

Augusto Nunes por Augusto Nunes
20 de Junho, 2025
Em Cultura, Em Cartaz
Tempo de Leitura: 6 mins de leitura
0
ESCRITORA AMÉLIA DYA KASSEMBE: “Angola é um mosaico de culturas, temos que valorizá-la e preservar para toda a vida”

Recém-chegada de Paris, França, onde reside há mais de 40 anos, a escritora, docente, investigadora, médica, Amélia Dya Kassembe, está a preparar-se para a apresentação em breve de mais uma obra literária, com o título “Sicrano”. Autora de vários livros publicados, dos quais um romance, um livro de factos históricos e dois ensaios, fala do seu dia-adia em terras gaulesas, dos desafios enquanto aposentada e do percurso literário

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Há quanto tempo está a residir em Paris e como tem sido a sua rotina diária naquele país? Estou a viver há 44 anos em França, onde escrevi o livro “Angola 20 Anos de Guerra Civil, Uma Mulher Acusa”.

Ainda não foi traduzido em português. Mas é muito interessante, onde eu conto toda a história do nosso quotidiano com os portugueses etc. até chegar ao processo de independência.

Eu digo que o processo de independência e a independência de Angola não foram normais. Nós tínhamos um Governo de Transição. Se hoje nós estaríamos assim, porque englobava todas conexões. Veja lá como nós estamos?

Como chegou à França e qual foi o seu primeiro livro publicado naquele país?

O primeiro livro que eu publiquei em França é “Angola 20 Anos de Guerra Civil, Uma Mulher Acusa”. Eu cheguei à França como refugiada, uma vez que não podia regressar a Angola e não pertencia a nenhum partido. Sou rebelde de natureza como uma boa Kissamista. Os verdadeiros Kissamistas não obedecem a regras.

Como assim e porquê?

Eu, como sou mesmo um pouco anarquista, não obedeço nem à Igreja, nem à política, nem ao meu pai mesmo. Os conflitos todos com o meu pai eram por causa disso. Então preferi ficar em França que é um país democrático, onde tu podes dizer o que sentes e o que pensas.

O livro teve várias reações não só ao nível da literatura, mas também de outros círculos. Resumidamente, qual era a sua real intenção ao publicá-lo?

O livro “A 20 Anos de Guerra Civil, Uma Mulher Acusa” esses 20 anos de guerra realmente foram uma guerra estúpida. Morreu muita gente e a guerra continuou.

Só acabou em Fevereiro de 2002, não é? Então, eu, no meu espírito de revolta, paguei nos três líderes principais, o Savimbi, da UNITA, o Holden Roberto, da FNLA e o Agostinho Neto, do MPLA, e falei de cada um deles em detalhe.

Eu tenho provas de que Savimbi era filho de um português. Primeiro combateu os outros antes de formar o seu partido, em 66. Sei também que a sua Tropa de Elite, Os Flechas, foi formada por portugueses para combater os terroristas e ele depois acabou por ficar com a mesma. Contei a história dele de trambiquisses e tudo mais.

Também contei a história do Holden com suas alianças e o que ele fez para a gente estar onde estamos hoje e falei também de Agostinho Neto. Portanto, eu acuso esses três líderes nesse meu livro.

Como tem distribuído os livros publicados em Angola?

Damos a algumas livrarias universidades que também não têm, isto é, no caso de livros publicados em França. Há alguns que estão traduzidos. Só 12 é que não estão ainda traduzidos, que é, o “Angola 20 Anos de Guerra Civil, Uma Mulher Acusa”.

Talvez este não seja o momento. O meu editor deve ter medo de o fazer. Estou à espera e a trabalhar aposentada, então vou empenharme na tradução dos livros que ainda não foram traduzidos.

Mas os que já foram são distribuídos aqui, nos PALOP’s. Além da tradução, dedicar-me-ei também à produção. Estou a escrever agora em português para quando tiver que lançar num país da língua portuguesa prosseguir. Tenho já 5 livros traduzidos em português.

Como se tem articulado com os seus confrades da CPLP ao nível da literatura?

Eu conheço poucos. Eu estive em Cabo Verde, no quadro da CPLP, e depois nunca mais eu recebi convite do género, porque aqui quem controla já sabe quem é. Não me deixam. Em muitas vezes, mesmo os jornalistas aqui, têm muito medo de me convidar.

Como tem conciliado a carreira literária com outras actividades?

Trabalhando, escrevendo. Agora estou aposentada e posso fazer mais. Tentei fazer alguma coisa, cá em Angola, e muitos acharam que eu não tinha carisma, como militante do MPLA, hum…não tinha. Não gostaram mesmo do mim por causa dos livros que eu escrevo contra eles.

Quais são as suas fontes de inspiração e como tem partilhado as suas memórias além-fronteiras?

Além-fronteiras, os meus livros são lidos em Moçambique, no Brasil, em Cabo Verde. Pelo menos, nos países de expressão portuguesa e nos países de expressão francesa, porque eu escrevi cinco livros em francês.

Convivi com gentes da Europa e não só por causa desse livro. Fui até os Petrópolis, Brasil e em Cabo Verde. Por exemplo, no meu livro, “As Mulheres Honradas e Insubmissas de Angola”, onde conto os rituais, do que era a mulher antes e do nosso olhar para o ocidente, é um bestseller. Eu sou assim, sei muita coisa e acho muita coisa.

O que vocês falam no Candongueiro, nas paragens, nas lojas, na praça, porque eu tranço o cabelo na praça. Vou comprar isso tudo e vou conhecendo a história de cada cidadão. Esta é a fonte da inspiração.

O que lhe ocorreu na altura em que escreveu o livro “As Mulheres Honradas e Insubmissas de Angola” que se tornou um Best-seller?

A intenção é, eu vi essas mulheres todas com identidade e dispostas. Então, decidi escrever esse livro baseando-me nos meus conhecimentos que eu tive no sobado onde vivi e depois fui pesquisar.

Recordo-vos que uma vez estivemos numa conferência onde apareceu uma cidadã da América do Sul, que ao olhar para a sala, entendeu que só estava cheia de gente negra do que branca.

Então ela disse será que o sujeito de que estão a abordar, era africano do Congo? Tenho muita pena, porque vocês africanos já têm filósofos, têm pessoas que escrevem muito boa literatura.

Podiam aproveitar e fazer essas referências. Mas vocês insistem em ir buscar os brancos que escreveram sobre vocês e fazer referência a esses livros que muitas vezes, o que eles dizem lá do preto é objecto. Não é verdade? Vocês não sei porque são tão complexados.

Como eles reagiram à chamada de atenção?

Lamentavelmente disseram que esta senhora é racista, e eu respondi-lhes, não é. Aqui não se está a tratar de racismo. A senhora está a alertar-nos, tentando abrirnos os olhos.

Está a dizer que vocês africanos têm que começar a abrir o olho. E hoje ainda estamos assim! Então foi por isso que eu tentei buscar aqueles conhecimentos antigos.

Fui para a Universidade de Filosofia, não para aprender a filosofia. É para comparar a minha filosofia com a vossa. Ficava ao meio dos brancos e dizia-lhes eu vim comparar a minha filosofia com a vossa, mas nada. Eu não estou aqui para aprender nada, só estou aqui para comparar.

Onde pode ser encontrado o best-seller?

O best-seller “As Mulheres Honradas e Insubmissas de Angola ” está na Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). A instituição aproveitou-a por causa da Educação Feminina.

Leia mais em…

Augusto Nunes

Augusto Nunes

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