Quase uma semana depois de o Ministério da Energia e Águas ter anunciado que havia um corte no fornecimento de energia às províncias do Cuanza-Sul e Benguela por causa de actos de vandalização nas torres de transportação, eis que ontem uma outra informação apontava o mesmo mal como estando na base de um possível ‘apagão’ a algumas centralidades no Huambo.
De acordo com um responsável nesta última província, nos últimos dias, notaram a vandalização de cerca de 20 torres, hoje quase sem qualquer estabilidade, o que poderá originar, nos próximos tempos, restrições no fornecimento deste bem essencial a muitos cidadãos, sobretudo na Caála e Ekunha.
Salvo qualquer engano, creio ter também já ouvido clamores vindos do Zaire há alguns meses. Na altura, os cabos tinham acabado por ficar no chão porque um grupo de cidadãos entendeu, na altura, que vender os referidos ferros, nas já encerradas casas de pesagem, é melhor do que ver milhares de cidadãos sem energia.
Aos poucos, apesar dos investimentos que vão sendo feitos em vários sectores, o Estado angolano terá necessidade de voltar a fazer caso não se trave essa onda desenfreada que vamos assistindo. Tanto a nível do sector da energia e águas como noutros que felizmente vão dando resultados positivos para a população.
Há dias, em declarações à imprensa, um alto responsável havia salientado que, só a nível do sector da energia e águas, existia um prejuízo anual avaliado em mais de 50 milhões de dólares norte-americanos. Inicialmente, tive a impressão de que poderia haver um exagero, mas aos poucos fui me convencendo de que os prejuízos são mesmo elevados.
Ontem, por exemplo, o responsável que falava sobre a vandalização de bens no Huambo realçou que só uma das torres de energia custava mais de 100 milhões de kwanzas. São cifras que, seguramente, muitos dos vândalos não têm sequer a mínima noção, porque seriam úteis para atender outros sectores sociais.
Infelizmente, muitos destes actos ocorrem semanas depois de o Tribunal Constitucional ter encontrado várias inconformidades na lei contra o vandalismo feita pelo Executivo no sentido de se poder travar este fenómeno extremamente nocivo ao país. Certamente, a lei deverá sofrer algumas alterações, mas, ainda assim, é preciso que se seja duro com aqueles que realizam tais acções.
Embora se apontem várias causas por detrás dos homens que realizam tais actos, incluindo algumas sociais, ainda assim há, sim, necessidade de se tomar medidas severas, no sentido de se intimidar outros que queiram agir do mesmo modo. Caso contrário, um dia destes voltamos todos às escuras, como na época em que o conflito armado certas vezes permitia o derrube de postos de transporte de energia.









