O artista visual angolano Paulo Airosa inaugurou ontem, em Lisboa, uma exposição de banda desenhada intitulada “Banda Desenhada da Banda”, composta por 70 peças que retratam várias estórias de sua autoria. A estreia da obra é uma iniciativa integrada nas comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, organizadas pela embaixada de Angola em Portugal
A exposição, que se encontra patente na galeria 11 de Novembro, sita na rua Leopoldo de Almeida, n.º 6/A, em Lisboa, apresenta várias estórias e contos retratados em desenhos animados, reflectindo as vivências do povo angolano e as suas vicissitudes, bem como o desenvolvimento e as conquistas da independência.
Segundo o autor, a exposição está relacionada com o projecto “Banda Desenhada da Banda”, que tem como objectivo contribuir para a expansão da banda desenhada angolana a nível internacional.
O propósito, conforme explica, é de “passar a realizar exposições com vários artistas de banda desenhada angolana em todos os países em que Angola tenha corpos diplomáticos”.
Com cerca de 70 peças de diferentes estórias e narrativas conta com o suporte da embaixada angolana em terras lusas, e tenciona juntar mais artistas e fazedores culturais angolanos que estejam quer em Angola, quer espalhados pelas diferentes cidades do território português.
“Neste primeiro rebento, não conseguimos trazer mais artistas angolanos por razões de algumas limitações financeiras, mas esperamos que nas próximas ocasiões possamos ter melhor disponibilidade para congregar mais artistas.
Tendo como principal alvo a comunidade infanto-juvenil angolana residente em Portugal, a exposição retrata os principais episódios históricos que Angola viveu ao longo destes últimos 50 anos, com destaque para as relações com a nação portuguesa.
O autor avançou a este jornal que com a exposição tenciona levar a diferentes partes de Portugal a história e a identidade de Angola contada em banda desenhada como uma forma de contribuir para a promoção e valorização dos aspectos históricos e culturais de Angola.
“O público pode esperar um mosaico criativo de cenas muito interessantes em ficção que retratam não só o nosso quotidiano, mas sobretudo matérias ligadas à valorização da nossa identidade”, precisou Airosa.
Sublinhou ainda que a sua exposição é também um convite dirigido à comunidade angolana residente em Portugal e noutros pontos da Europa para uma reflexão profunda sobre a necessidade de se preservar as conquistas da independência e da paz e de cada um lutar para contribuir na construção de um país melhor a partir de onde se encontra.
Exposição irá girar nas diferentes cidades portuguesas
A mostra, de acordo com o artista, ficará patente naquela instituição por cerca de 30 dias, ou seja, até o dia 11 de Novembro próximo, data do grande acto das comemorações dos 50 anos de independência nacional, e depois seguirá para a cidade do Porto, onde poderá ser visitada pela comunidade angolana residente naquela região e em outros pontos de Portugal.
Fez saber ainda que se está a reunir as condições para ainda neste ano a exposição poder girar noutros países da União Europeia, como a França, Alemanha, Espanha, Bélgica e Itália.
Conforme o artista, a intenção é fazer com que a mostra chegue às várias comunidades angolanas espalhadas pela Europa, numa acção coordenada com as embaixadas e consulados de Angola nos respectivos países da comunidade europeia.