A artista angolana Helena Uambembe, representada pela Jahmek Contemporary Art, participa na 36.ª Bienal de São Paulo, que vai decorrer de 6 do presente mês, Setembro, a 11 de Janeiro de 2026, com a instalação “Long Long Long”, que combina vídeo e pintura em grande escala, cruzando mitologia grega, folclore africano e memórias pessoais
temporânea. No vídeo que integra a instalação artística, utiliza sombra, luz e uma narração hipnótica, criando um ambiente imersivo. A pintura que antecede a projecção funciona como um portal visual, lê-se, expande a obra através de cores ácidas, presenças espectrais e reinterpretações de arquivo.
“Para além da dimensão mítica, a “Long Long Long” inscreve-se em geografias concretas ligadas à história pessoal da artista, tais como o Pão de Açúcar (Rio de Janeiro) e o Morro do Moco (Angola)”, descreve o documento.
A instalação revisita ainda as memórias da comunidade angolana de Pomfret, na África do Sul, onde Helena Uambembe nasceu, em 1994. A localidade foi marcada pelo recrutamento forçado no 32º Batalhão do exército do apartheid, pela exploração laboral e pela marginalização social.
Filha de pais angolanos refugiados em Pomfret durante a guerra civil, Helena Uambembe construiu uma prática artística profundamente marcada por memórias familiares e traumas colectivos.
Hoje, a viver e trabalhar em Berlim, é considerada uma das mais relevantes vozes emergentes da arte contemporânea, tendo já exposto na Art Basel, na Bienal de Lagos, nas Rencontres de Bamako e no programa público do Pavilhão Britânico da Bienal de Veneza.
O seu percurso internacional valeu-lhe distinções como o David Koloane Award (2019), o Baloise Art Prize (2022) e o Ars Viva Prize (2024). A participação de Helena Uambembe na Bienal de São Paulo, a segunda mais antiga do mundo, depois da Bienal de Veneza, reforça também o papel da Jahmek Contemporary Art enquanto plataforma que projecta e dá voz internacionalmente a artistas angolanos mais jovens.