Angola precisa criar anualmente cerca de 1 milhão de novos empregos para responder ao crescimento acelerado da sua população, alertou nesta terça- feira, 29, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano. O governante intervinha no segundo dia das III Jornadas Parlamentares do MPLA, onde traçou um diagnóstico aprofundado da economia angolana e dos desafios que se impõem à governação
Com uma taxa de crescimento populacional de 3,3% ao ano, o país poderá atingir os 35 milhões de habitantes já em Agosto deste ano, segundo projecções do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este ritmo exige, segundo o ministro, “condições básicas para mais 1 milhão de pessoas por ano”, incluindo educação, saúde, alimentação, energia e, sobretudo, emprego.
“Se não tivermos uma economia capaz de criar oportunidades para os seus cidadãos, o ciclo de pobreza não apenas vai manter-se, como se alargará”, advertiu Lima Massano. O ministro reconheceu que, apesar de algumas melhorias, a economia angolana continua excessivamente dependente do sector petrolífero, que ainda garante cerca de 90% das receitas cambiais. Esta dependência torna o país vulnerável a choques externos e impede a criação massiva de empregos.
“O petróleo até pode financiar outros sectores, mas não é um sector gerador de muitos postos de trabalho. Por isso, a diversificação não é uma opção — é uma necessidade estratégica”, sublinhou. O Ministro de Estado, que falava na sessão temática subordinada ao tema “O estado da economia angolana”, apresentou dados que mostram que a economia angolana cresce ao ritmo do petróleo: quando o preço do barril sobe, a economia melhora; quando cai, há retracção e aumento da inflação.
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