Ao ser homenageado em São Tomé e Príncipe pela sua obra e profunda ligação afectiva com este país, o escritor angolano Lopito Feijó enaltece o gesto que considera servir de estímulo para continuidade, humildemente, do seu trabalho, com mais apetência.
O acto que assinalou décadas de presença poética, crítica e humana entre os dois povos decorreu na República Democrática de São Tomé e Príncipe onde participa da jornada sociocultural das festividades alusivas a passagem dos 50 anos de independência do país, a serem comemorados no dia 12 de Julho e 11 de Novembro do corrente ano.
Rendido com o gesto, o escritor referiu que ficou ainda surpreendido ao ver toda a nata política e intelectual deste arquipélago reunida para celebrar os seus escritos, o conjunto da sua obra e a sua entrega à causa literária-cultural africana.
“Tenho muitos bons confrades em São Tomé Príncipe, mas não podia esperar uma tão agradável surpresa num momento em que me desloquei simplesmente para participar das movimentações socioculturais que se realizaram em torno das comemorações levadas a cabo, no âmbito da passagem dos 50 anos da Independência de São Tomé, actividades estas multidisciplinares que contaram com o total apoio da Embaixada de Angola”, apontou.
Convidado pela União dos Artistas e Escritores de São Tomé e Príncipe, que conta com o apoio da Embaixada da República de Angola naquele país, o escritor integra uma delegação cultural composta por cineastas, artistas plásticos e músicos que com artistas locais vão comemorar condignamente a passagem das cinco primeiras décadas de liberdade, independência e soberania de ambos países.
Para o poeta, crítico literário, “quando somos homenageados fora de casa, isto acaba tendo um transcendente significado. Pois dificilmente faremos milagres dentro da nossa própria casa”.
Actividades programadas
Para esta jornada, o escritor angolano tem programada a apresentação na Casa das Artes, a apresentação da sua mais recente obra crítica intitulada “Trajectos e Trajectórias Literárias” na qual insere também um olhar crítico sobre a escrita de alguns autores santomenses.
Lopito Feijó vai, igualmente, proferir uma conferência sobre as novas tendências e o desenvolvimento da literatura angolana nos últimos 50 anos, na sede social de União dos Escritores e Artistas, para além de prestigiar com a sua presença no acto de lançamento mais uma obra literária do escritor santomense Francisco Costa Alegre no Arquivo Nacional de S. Tomé.
Durante a sua estadia, Lopito prevê ainda estabelecer contactos com os escritores e responsáveis da cultura local tendo em conta a premente necessidade de revitalização da Liga dos Escritores dos Países africanos em Língua portuguesa que, há anos foi proclamada coincidentemente, na cidade de São Tomé.