Músico, compositor, instrumentista e investigador cultural, Ndaka Yo Wiñi é um artista que se destaca no panorama artístico angolano pela autenticidade que carrega nas suas músicas e na sua performance em palco. É um artista que, nas suas canções, promove a ancestralidade africana e preserva a identidade cultural angolana, com realce para as línguas nacionais
Com uma musicalidade que transcende a barreira do tempo e convida à presença magna dos espíritos dos ancestrais, Ndaka Yo Wiñi é um músico que tem no seu ADN artístico a matriz da ancestralidade africana, especialmente angolana, e incansavelmente tem deixado isto visivelmente patenteado nas suas composições musicais.
Detentor de uma voz potente, um talento inquestionável e uma carreira artística, que apesar de não ser ainda muito longa, já é bem consolidada, é dos poucos artistas que não larga e nem troca a sua gênese cultural e carrega sempre consigo o “cordão umbilical artístico” dos seus ancestrais.
Ousado e autêntico, Ndaka faz do palco o seu santuário para venerar a memória daqueles que enraizaram a cultura africana e que o inspiram a continuar o legado de uma geração que existe desde há milhares de anos antes da presença do colono europeu.
Acompanhado sempre da sua cabaça (uma relíquia que diz ter herdado da sua amada avó, de feliz memória), o artista apresentase à África e ao mundo como um acérrimo defensor da identidade cultural bantu e, aonde quer que vá, leva consigo a “magia” da sua arte que o torna excepcional.
Com uma calma que lhe é caraterística, Adriano Dokas ou simplesmente Ndaka Yo Wiñi, como é conhecido popularmente, assume-se não como um artista, mas como um mensageiro ou missionário, cuja missão é difundir e defender os valores culturais da ancestralidade angolana através da música.
“Eu não sou cantor nem músico, sou apenas um mensageiro que transmite a mensagem através da música e dos instrumentos. Sou que nem um missionário, transmito a mensagem da nossa ancestralidade através da música”, expressou o músico em declarações exclusivas a este jornal.
Sem receio, Ndaka Yo Wiñi diz sentir que a sua missão está muito além de apenas cantar, afirma que para si a música é o caminho mais ideal que encontrou para fazer ecoar as vozes dos ancestrais e poder honrar o legado deixado pelos seus antepassados.
Está na arte para cumprir uma ‘missão especial’
Estar no mundo da arte como um “missionário” é a forma como o artista se autodescreve e se propõe dar continuidade ao legado dos seus ancestrais. Preservar a identidade cultural nacional, promover as línguas bantu, respeitar e valorizar cada cultura e suas características, assim como difundir e defender os valores das mesmas é o que o artista afirma serem seus principais propósitos no mundo da arte e tem a música como a ‘ferramenta de trabalho’.
“Estou no mundo da arte por uma razão especial e digamos que desconhecida e as razões desconhecidas, devemos nós atribuir ao Criador. Sinto que nasci e vivo para este propósito. Estou para honrar os meus ancestrais”, reforçou.
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