Os senhores da farda, que são treinados para proteger e cuidar da vida das pessoas, muitas vezes são acusados de serem os próprios que disparam contra cidadãos in defesos, causando pranto e luto no seio de centenas de famílias. O órgão castrense nega qualquer despreparo e falta de rigor no processo de selecção dos efectivos. Já a sociedade civil defende mais acompanha mento social, psicológico e melhoria das condições de trabalho dos agentes da Polícia Nacional, com vista a diminuir o eleva do número de criminalidade envolvendo os efectivos
São inúmeras as vidas de famílias destruídas por conta do excesso na actuação de alguns agentes da Polícia Nacional em todo o país. Os senhores da farda, que são treinados para proteger e cuidar da vida das pessoas, muitas vezes são acusados de serem os próprios que disparam contra os cidadãos, causando pranto no seio de centenas de famílias. Conforme mostraram os vá rios casos amplamente divulga dos, sobretudo nas redes sociais, quando não matam, os disparos causados por agentes da polícia contra cidadãos indefesos causam sequelas e ferimentos que nem o tempo consegue sanar.
É o caso da última ocorrência envolvendo um agente do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), que disparou contra o cidadão Fernando Ludger Cassua Castelo, mais conhecido por Yuzzy, de 25 anos de ida de, na sequência de um suposto desentendimento no interior de uma loja de conveniência de uma das lojas de combustível no Morro Bento, em Luanda.
De acordo com os amigos do jovem, com quem convivia naquela madrugada, o fatídico acontecimento ocorreu por volta das duas horas da manhã, quando Fernando entrou numa loja de conveniência, no Morro Bento, perto de casa, para comprar bebidas. A certo momento, contamos jovens, que preferem manter a identidade preservada, notaram que Fernando trocava palavras com um outro cliente. Ao se aproximarem, perceberam que o desentendimento se devia à impaciência do presumível autor, incomodado com a demora para chegar a sua vez de pagar no caixa. Ele insistia para que as pessoas à sua frente fossem mais rápidas.
“Nós tenta mos evitar ao máximo aquela situação. Pedimos, inclusive, que o senhor tivesse paciência, mas a troca de palavras continuou. Depois de pagar, quando já estávamos a sair da loja, nem se quer percebemos, porque tu do aconteceu muito rápido: o senhor nos segue, dá uma chapada na cara do nosso amigo e, em seguida, efectua um disparo na cabeça dele.
Ele foi tão frio e calculista”, conta um dos jovens, visivelmente abalado pelo momento vivenciado. Logo após o disparo, acompanhado de outros três in divíduos em duas motas, um deles apanha a munição e todos se colocam em fuga. Apavorados e em estado de choque, os amigos ainda prestaram os primeiros socorros a Fernando, que estava vivo, mas, horas depois, não resistindo aos ferimentos, acabou por morrer numa unidade hospitalar.
Por: Domingos Bento e Onésimo Lufuankenda









