O sociólgo angolano Zeferino Minguês recomendou nesta segunda-feira, em Luanda, a moderação do uso do telemóvel em crianças para evitar problemas de saúde física e ansiedade
Em declarações à ANGOP, o especialista sustentou que o uso excessivo de telemóvel na infância pode comprometer o desenvolvimento cognitivo, social e emocional, reduzir a interacção familiar e a capacidade de socialização das crianças.
Para si, o uso excessivo de telemóvel na infância não é apenas uma questão de saúde ou educação, mas também de socialização, sendo que o hábito precoce do aparelho electrónico altera os processos tradicionais da formação da criança.
A propósito, fez saber que o uso excessivo dessa prática retira a concentração, reduz a interação familiar e afecta a capacidade de socialização das crianças.
Segundo o socíologo, o telemóvel tem sido utilizado como uma ferramenta de distracção e não de aprendizagem, o que pode gerar dependência tecnológica e impacto negativo na saúde mental dos petizes.
Zeferino Mingues reconheceu que o telemóvel cria uma infância conectada, mas ao mesmo tempo faz com que o brincar colectivo e a aprendizagem comunitária sejam substituídos por um consumo digital individual.
Lembrou que o convívio familiar tem sido substituído por interacções digitais, o que faz a criança reconhecer mais a comunidade virtual do que os membros de sua família, recomendando o reforço de acções educativas sobre literacia digital com foco na protecção dos direitos da criança e no uso responsável dos meios electrónicos.
Por seu turno, Pedro Camata, professor do Magistério Mútu ya Kevela, advertiu que o uso excessivo do telemóvel na infância causa ansiedade, atraso na fala do menor, sono e dificuldade na concentração durante as aulas.
O educador aconselhou a promoção de informações digitais que facilitem a comunicação entre o aluno, professor e as instituições escolares. o encarregado de educação Bartolomeu Kalembela entende que este acto afecta o desenvolvimento interpessoal do menor dificultando o processo de interacção entre pais e filhos, para quem a restrição dos aparelhos electrónicos torna o convívio mais significativo para as famílias.
Especialistas em desenvolvimento infantil recomendam que a criança só passe a ter o próprio telemóvel depois dos 12 anos de idade, para que o uso do aparelho seja feito de forma adequada.