Com um total de 3 milhões, 302 mil e 866 habitantes, a província da Huíla detém o maior número de desempregados do país, depois de Luanda. A informação foi avançada ontem na cidade do Lubango pela vice-governadora para o sector Político, Social e Económico, Maria João Tchipalavela, durante a reunião do governo local, sob orientação do governador provincial, Nuno Bernabé Mahapi Dala, que visou balancear as actividades desenvolvidas durante o ano de 2025
Sem adiantar o número de desempregados na província da Huíla Maria João Tchipalavela, que apresentou a análise da situação política, social e económica da província, disse que a situação é preocupante, tendo em conta as suas consequências para a paz social que se busca. De acordo com a governante, as consequências deste fenómeno, traduzem-se nos altos níveis de delinquência e criminalidade, crianças pedintes nas ruas da cidade, consumo de álcool e droga, elevados casos de vendedo ambulantes e outros. No que diz respeito ao aumento de criminalidade, os municípios de Lubango e Matala lideram a lista.
“Olhamos para as questões de criminalidade em que há alguma preocupação com os municípios do Lubango e de Matala, de acordo com um relatório que nos é entregue todas as semanas pela Delegação Provincial do Ministério do Interior. A questão da naturalização e da normalização da pobreza, o facto de vermos muitas vezes a venderem no chão, com a ideia de que, já que somos pobres, não podemos fazer nada”, disse.
Maria João Tchipalavela, disse que para se alterar o quadro, é necessário que se preste uma particular atenção na formação profissional dos jovens da província, sem perder de vista o perfil de saída dos formandos, que é muito exigidos pelas entidades empregadoras. Por outro lado, a Vice-governadora provincial para o sector Político, Social e Económico informou ainda que as autoridades administrativas, estão igualmente preocupadas com a educação de infância, que ainda enfrenta diversas dificuldades, sobretudo nos municípios do interior.
“Com relação a outras situações sociais, trouxemos as questões da educação e a nossa grande preocupação é a educação de infância, que carece de uma intervenção para acautelar as dificuldades que se pode vir a ter no ensino primário, sendo que esta educação de infância é hoje responsabilidade das administrações municipais, mas estas não têm orçamento para tratar deste assunto.
Provavelmente, a questão é como vamos incluir isso no ensino primário e no ensino préescolar”, manifestou. A governante destacou ainda a importância do programa de alimentação escolar, cuja implementação já decorre em alguns municípios da província da Huíla, nomeadamente, aqueles do tipo C, D, E e F. Na sua intervenção, o Governador Provincial destacou que a reunião visa aprofundar a reflexão sobre o desempenho do ano em curso, sobretudo em áreas sensíveis ligadas ao bem-estar das populações, como saúde, educação e segurança pública.
Nuno Bernabé Mahapi Dala reconheceu que nem todas as metas previstas foram alcançadas, devido às dificuldades sociais vividas pelas comunidades, sublinhando que o encontro permitiu identificar o que foi executado, o que ficou por realizar e o que deve ser priorizado para 2026. O Governador reforçou ainda a necessidade de se continuar a investir nos sectores essenciais, face ao crescimento acentuado da população, de modo a responder aos principais desafios e expectativas das comunidades.
OGE para a província da Huíla prioriza sector social Para o ano de 2026, a província da Huíla terá um orçamento de 469,8 mil milhões kwanzas, equivalente a 509,5 milhões de dólares norte-americanos, o que representa uma diminuição de 8,2% em relação ao ano anterior. O orçamento geral proposto para 2026 é de 33 biliões de kwanzas, e Huíla está entre as províncias com maior peso na despesa pública nacional.
O vice-governador para o sector técnico e infra-estruturas, Hélio de Almeida, disse que a atenção das despesas na província da Huíla vai recair sobre o sector social, nomeadamente a educação e saúde, com a construção de infra-estruturas.
Para o ano de 2026, a previsão é de se construir em toda a província cerca de 16 escolas. Hélio de Almeida, que falava à margem da reunião do Governo Provincial da Huíla, decorrida ontem na cidade do Lubango, para balancear as actividades desenvolvidas durante o ano de 2025, destacou a execução exitosa do Programa de Investimentos Públicos, bem como o Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que no próximo ano vai para a sua segunda fase.
“As nossas notas referem-se aos projectos de investimentos públicos, com incidência na província. Nós tínhamos uma carteira inicial do PIIM de cerca de 226 projectos, dos quais quatro eram de âmbito central e 222 eram do âmbito local.
Temos cerca de quatro municípios que já concluíram a sua carteira, mas temos, do total de projectos da província que agora estão em execução, alguns projectos que têm apenas questões financeiras por resolver”, revelou.
Por: João Katombela, na Huíla









