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Endometriose e adenomiose apontadas como as causas desconhecidas de infertilidade em mulher

Stela Cambamba por Stela Cambamba
27 de Março, 2025
Em Sociedade
Tempo de Leitura: 4 mins de leitura
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Endometriose e adenomiose apontadas como as causas desconhecidas de infertilidade em mulher

As doenças conhecidas como endometriose e adenomiose, no nosso país, caminham para serem consideradas um problema de saúde Pública, segundo o especialista em ginecologia e obstetrícia, pedro almeida, que afirma constituir preocupação

Quando se pensava que em África o cenário seria diferente, por termos uma realidade consubstanciada em mulheres que começam a procriação muito cedo, uma vez que a ciência já demonstrou que o facto de as mulheres começarem a ter filhos muito cedo constitui um fator de protecção contra a endometriose, estão-se a registar muitos casos inversos.

Embora não tenha apresentado números, o médico Pedro Almeida diz que a endometriose tem sido um dos fatores considerados principais de infertilidade na mulher em idade de reprodução em Angola.

Explica que é um processo inflamatório sistémico que bloqueia os ovários e não permite que haja uma ovulação normal, nem permite sequer que os folículos nos ovários possam libertar um ovo por mês para ele ser capturado pelas trompas.

Há alguns sintomas relacionados a problemas psicológicos, como a fadiga, depressão ou ansiedade. Para o diagnóstico da endometriose, o mais importante é a história clínica que vai indicar se a pessoa tem, ou não, queixas relativas à endometriose.

De seguida, orienta-se um exame da região pélvica, onde o médico, com alguma experiência, pode depois detectar algumas alterações que a mulher possa apresentar. Um exame preciso e apurado é a ressonância nuclear magnética, que vai indicar os locais precisos onde se localizam os focos de endometriose.

Ainda assim,segundo o médico, o diagnóstico de certeza só pode ser dado com o exame de laparoscopia, em que o médico observa com um aparelho o interior do abdómen da mulher sem fazer a chamada operação de barriga aberta. É importante que a adolescente seja encaminhada precocemente para o diagnóstico, para se identificar a doença e fazer o tratamento (atenuar a dor), bem como prevenir a progressão da doença e preservar a fertilidade.

“Para mulheres com algum poder económico e que tenham endometriose na fase reprodutiva, recomenda-se que se faça a chamada preservação da fertilidade: ir para uma clínica de fertilidade, retirar os óvulos e guardá-los. Quando chegar a altura própria de engravidar, esses ovos podem ser fertilizados e a mulher poderá ter filhos”, frisou Pedro Almeida.

Doença pode acometer qualquer uma

Pedro Almeida lembrou que a endometriose é o tecido do corpo da mulher dentro do útero que sai como menstruação, que ao invés de sair pela vagina, este líquido sai do útero para as trompas e espalha-se pelo resto do abdómen.

Em todas as mulheres acontece isto. Todas as mulheres têm refluxo da menstruação, mas uma pequena proporção de mulheres que os estudos apontam, entre 10 a 15%, não consegue eliminar este sangue ou estas células que saem do interior do útero e se espalham por alguns órgãos do abdómen.

O órgão principal que é mais atingido é o próprio ovário. Costuma-se dizer que a endometriose se caracteriza pela menstruação dolorosa, mas há outras situações da mulher em idade reprodutiva, como a disparonia ou dor durante o ato sexual. O médico fala ainda em dor durante o acto de defecar ou dor durante a micção, bem como sangramento excessivo durante a menstruação.

Com sintomas desde os 12 anos e descoberta da patologia 19 anos depois

Presidente da associação angolana de apoio a mulheres com endometriose e adenomiose, Cecília Henrique conta com 150 associados, dos quais 20 homens e 130 mulheres, e mais de 50% das mu- lheres foram diagnosticadas com estas patologias. Em um ano de existência, o principal desafio apontado pelas pacientes tem sido o diagnóstico, pois, segundo a OMS, uma mulher com endometriose demora entre sete a 10 anos a ter diagnóstico.

Cecília acha que, a nível do país, o número de mulheres afectadas deve ser maior, também porque faltam médicos especialistas em detectar a doença, para além de que faltam condições para grande parte das mulheres com endometriose conseguirem o diagnóstico precoce. A entrevistada teve os sintomas de endometriose desde a sua primeira menstruação, quando tinha 12 anos de idade, e, desde então, os seus pais sofrem com ela todos os meses.

“Minha mãe é daquelas também que acreditava que as cólicas menstruais são normais e que as mulheres têm que sentir cólicas. Chegou um tempo em que nem mesmo ela acreditava quando me dizia isso, porque era muito sofrimento, todos os meses, ao ponto de não conseguir ir à escola, ir aos compromissos sociais, entre outros locais”, sustenta. Muitas vezes não conseguia ir ao trabalho, e quando ia para o hospital ouvia as mesmas coisas, que é normal, que vai passar, que é porque ainda não tinha filhos.

Segundo a presidente da associação de apoio às mulheres com endometriose, só descobriu a patologia 22 anos depois, na mesa de cirurgia, logo após ter feito uma cirurgia de emergência, porque estava com o pulmão colapsado e com mais de dois litros de sangue na barriga. Depois de a equipa médica ter feito a biópsia, descobriram que tinha endometriose. Porém, foi necessário fazer mais três cirurgias.

Com lágrimas nos olhos, Cecília Henrique conta que uma das três cirurgias foi no pulmão, para além da cavidade abdominal e na zona pélvica. “Infelizmente, ainda não temos cura da endometriose. Muitos países já estão muito avançados no estudo da endometriose para tentar ver a cura e as causas, mas ainda não fechamos nenhuma cura própria para a endometriose”, lamenta.

As mulheres com endometriose têm de lidar com a dor durante 5 ou 6 dias por mês, situação difícil, tendo em conta que a dor não é só física, mas chega a ser também emocional, e sofrem também com os seus parceiros, irmãos, pais, colegas e familiares. “Então, temos muitas vezes que ignorar a nossa dor e nos revermos na dor dos outros. Buscar forças onde não existe para que os outros também não sofram connosco.

Então, acaba por ser uma situação muito debilitante. São choros diários e as consequências são drásticas, principalmente quando a doença consegue atingir níveis muito graves”, finalizou.

Stela Cambamba

Stela Cambamba

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