Dois cidadãos nacionais, com idades compreendidas entre 32 e 23 anos, foram, nesta segunda-feira, apresentados pelos órgãos do Serviço de Investigação Criminal no Sumbe, província do Cuanza Sul, por estarem implicados no crime de sequestro e tentativa de homicídio de uma jovem, por esta proceder à cobrança da dívida que um dos acusados mantinha, de mais de 700 milhões de kwanzas.
Segundo os dados apresentados pelo porta-voz do SIC naquela província, Amorim Silveira, a acusada, sentindo-se na impossibilidade em pagar a dívida que se havia submetido, supostamente, acionou o seu comparsa para colocar fim à vida da própria irmã, que lhe havia depositado os respectivos valores.
“Este crime ocorreu no município do Sumbe, no dia 2 de maio do corrente ano, quando a suspeita, então, convidou a vítima a comparecer no bairro da Saca, no intuito de reaver a dívida que esta havia contraído, que rondava mais de 700 milhões de kwanzas”.
“Entretanto, como esta estava sem possibilidade de pagar e o valor que lhe havia sido dado era para a compra de um apartamento na Centralidade do Kilamba e aquisição de uma viatura modelo Prado, tendo dado destino incerto desses valores, então, entendeu pôr fim à vida da sua própria irmã, a qual havia recebido os referidos valores”, avançou Amorim Silveira.
O porta-voz adiantou que, na tentativa de os acusados imobilizarem a vítima com uma fita-cola, esta mostrou resistência, conseguindo fugir e correr em direcção a uma mata.
“A acusada entendeu levar a vítima à zona do Otis, no município do Seles, onde pretendia pôr fim à vida da irmã para se desfazer da própria dívida. Convidou o seu comparsa, para então executar o referido crime. Já na localidade, o seu comparsa encontrava-se em posse de uma fita-cola que pretendia imobilizar os membros superior e inferior, bem como a região da boca. Não foi então possível pelo facto de a vítima mostrar forte resistência e ter agarrado no volante, tendo criado desequilíbrio na própria viatura e, então, conseguiu abrir a porta e, em corrida, evadiu-se em direcção à mata”, afirmou o porta-voz.
Amorim Silveira afirmou que a detenção dos suspeitos surgiu mediante a um rápido mecanismo de inteligência criminal, que permitiu determinar os autores e a consequente detenção.
Já a vítima, Helena Camilo, revelou que estava incrédula pelo que lhe estava a acontecer e, apesar das súplicas que dirigia à irmã, esta não cedia.
“Ela surpreendeu-me a dizer que estava no Sumbe, e que queria conversar comigo para resolvermos a situação e, no sábado, teríamos um encontro com as pessoas envolvidas. Mas, fui surpreendida. Apertaram-me no pescoço, eu a pedir à minha irmã [mana, por favor, não me mata, tenho filhos pequenos]. Ela a dizer ʻRicardo executa!ʼ. Foi mesmo Deus! Não sei como, consegui pular do carro, caí mal, bati com a cabeça na estrada, ainda seguiram-me, entrei na mata. Foi mesmo Deus, porque não sei como ainda estou aqui, e estou viva”, confessou.