Cinquenta dias depois, o município da Ganda viu, recentemente, reestabelecido o fornecimento de energia eléctrica, interrompido na sequência de uma descarga atmosférica, afectando o motor do gerador, conforme noticiou este jornal há um mês. Em declarações à imprensa, o administrador da Ganda, Francisco Prata, diz terem vivido dias de sufoco e sacrifício
Foram dias difíceis para muitos munícipes, que, segundo explicaram, a falta de energia eléctrica acarretou consigo outros problemas de ordem social, tendo apontado, a título de exemplo, a questão da criminalidade, que tendia a subir vertiginosamente.
A escuridão transformou ruas em locais perigosos, sobretudo para quem estuda no período nocturno – segundo munícipes. «Eram dias de sufoco, mas ainda bem que se olhou para isso. As ruas estão iluminadas.
Agora espero que isso permaneça», projecta munícipe Augusto Cifi. Amélia Chancilim subscreve a perspectiva de Cifi, ao salientar que a falta de energia eléctrica lhe criou vários constrangimentos, não fosse ela uma comerciante e, por falta de energia eléctrica, se viu a braços com fontes alternativas e, por isso, não conservava os frescos como devia ser, que, em muitos casos, acabam por se deteriorar. Ela louva o facto de ter sido ultrapassa do o problema.
O administrador da Ganda, Francisco Prata, diz terem sido dias de muito sufoco, quer para as instituições, quer para os munícipes, em geral. Apesar de ter sido solucionado e, por conseguinte, reestabelecido a energia, o governante pensa que a situação há de ser, definitivamente, resolvida com a ligação do município à rede pública nacional, por via da central hidro-eléctrica do Lomaum.
Francisco Prata não avança data para a materialização desse desiderato, porém está consciente de que é preciso olhar para essa componente, uma vez que a região precisa atrair investidores. «Nós temos de começar a pensar já na indústria.
Dificilmente, alguém vai investir em grandes indústrias com o fornecimento à base de geradores», considera. Numa primeira fase, o reestabelecimento abrangeu apenas o casco urbano, sendo certo que alguns bairros também vão ser contemplados, na base de um programa previamente definido, em função de um número considerável de consumidores já cadastrados pela Empresa Nacional de Electricidade.
O governante prevê baixa de custo com a ligação à rede pública, por se afigurar ainda onerosa a produção energética à base de geradores. «Nessa altura, vamos propor ao Governo Provincial, a exemplo do que era anteriormente, que possa ser feito um fornecimento para poder abastecer alguns bairros», referiu.
Prata lamenta os prejuízos obtidos em decorrência da falta de energia eléctrica com o roubo de cabos, de modo que tenha apelado à população no sentido de não vandalizar os bens públicos, para evitar cenários de há alguns dias.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela