Nem mesmo o cheiro nauseabundo do espaço consegue afugentar os moradores que justificam a fome como a força de vontade para arriscarem a vida. Porém, entre revistas e reviradas, o que é depositado como lixo acaba por ser fonte de alimentação para centenas de famílias que dependem do Aterro Sanitário para sobreviver
Ainda era cedo, quando a reportagem do jornal OPAIS escalou o Aterro Sanitário dos Mulenvos, que é a principal infra-estrutura de gestão de resíduos sólidos urbanos da província de Luanda, localizado no município dos Mulenvos.
Logo à chegada, a vista enorme, a partir de qualquer ângulo, reve a a gigante instalação projectada para receber e tratar resíduos de forma segura e ambientalmente correcta, minimizando impactos negativos no meio ambiente e na saúde pública, com a capacidade de 10,342 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos e estendida numa área de 297,2 hectares.
Por aqui, todos os dias, centenas de famílias, sobretudo jovens, dos 15 aos 35 anos, disputam o lixo que é depositado em grandes quantidades à procura do melhor para levar para casa, desde materiais ferrosos, roupas, calçados e, sobretudo, alimentação.