O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA assinalou, neste sábado, 31, os 34 anos da assinatura dos Acordos de Paz para Angola, conhecidos como Acordos de Bicesse.
A declaração da UNITA, embora relembre o momento histórico de esperança, manifesta desagrado pelos que considera “graves retrocessos” na construção do Estado Democrático de Direito em Angola.
Segundo um documento do partido do Galo Negro, os Acordos de Bicesse, firmados em 1991 entre o Governo da então República Popular de Angola, representado por José Eduardo dos Santos, e a UNITA, pelo Dr. Jonas Malheiro Savimbi, sob a mediação de Aníbal Cavaco Silva, visavam pôr fim ao conflito político-militar.
O objectivo central era abrir caminho para a paz, a reconciliação nacional, a instauração da democracia multipartidária e a implementação de uma economia de mercado.
A UNITA sublinha que, com coragem política, comprometeu-se com o processo de paz para garantir eleições livres e justas e a integração das forças armadas.
No entanto, 34 anos após os referido acordo e quase 50 anos após a Independência Nacional, a UNITA lamenta a actual situação do país. A organização aponta como retrocessos a falta de liberdade de imprensa e de expressão, a extrema pobreza e a elevada taxa de desemprego, atribuindo-os à ausência de políticas públicas eficazes e à falta de diálogo transversal por parte do Executivo.
Diante deste cenário, a UNITA convida toda a sociedade angolana a uma “profunda reflexão” sobre o estado actual do país, para que juntos possam construir “a Angola que merecemos”.
O partido liderado por Adalberto Costa Júnior reafirma seu compromisso com os valores de Bicesse, como a reconciliação nacional através do diálogo inclusivo, a paz duradoura, a justiça social e a construção de um Estado Democrático de Direito para todos os angolanos, declarando-se “pronta para governar Angola com todos e para todos”.
POR: Onésimo Lufuankenda