O Presidente da República, João Lourenço, realizou nesta sexta-feira uma visita histórica à Rádio Nacional de Angola (RNA), no quadro das celebrações dos 50 anos da Independência, marcando presença pela primeira vez nas instalações da maior estação pública do país
Acompanhado pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, e outros membros do seu Executivo, o Chefe de Estado percorreu várias áreas da instituição, entre as quais a Direcção de Rede de Emissores, a Direcção de Informação, que inclui a discoteca, o centro de documentação e o de digitalização, bem como as centrais técnicas e a Rádio Ngola Yetu, didicada a informa em línguas nacionais.
“Dia histórico” para a comunicação social
Em declarações à imprensa, o ministro Mário Oliveira sublinhou que a visita tem “um significado histórico para a comunicação social angolana”, ao recordar que a última presença de um Chefe de Estado na RNA aconteceu em 1977, com o Presidente Agostinho Neto.
O governante referiu que a deslocação de João Lourenço coincide com os preparativos para o arranque de um grande projecto de modernização e expansão da RNA, a ser implementado em breve.
“As condições precedentes estão praticamente prontas para iniciarmos este grande projecto. Associarmos essa visita ao início desse movimento dá-lhe uma importância histórica, não só para os profissionais da rádio, mas também para todos os angolanos”, afirmou.
O ministro frisou ainda que mais de 40% da população não tem acesso ao sinal da RNA, mas garantiu que a expansão prevista vai abranger grande parte do território nacional.
“Para a semana devemos receber o fornecedor internacional e, nessa altura, teremos uma data exacta para começarmos a trabalhar. Como costumo dizer, vamos apertar o primeiro parafuso”, assegurou.
Garantias do Chefe de Estado
Questionado sobre as orientações recebidas do Presidente, Mário Oliveira disse que a principal garantia é o compromisso com o trabalho.
“O Sr. Presidente quando nos dá orientações é para nós trabalharmos. E é isso que vamos fazer: cumprir com os grandes objectivos do sector e do país no seu todo”, acrescentou.
O ministro referiu-se também ao processo negocial com o Sindicato dos Jornalistas da Comunicação Social Pública, sublinhando que “não há egos pessoais, há uma Angola para construir” e que as negociações estão em curso.
Infra-estruturas degradadas
Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da RNA, Pedro Neto, considerou que a visita presidencial representou um momento decisivo para a estação pública, que enfrenta dificuldades estruturais e operacionais.
“O nível de degradação das nossas infra-estruturas e equipamentos é de tal ordem que só mesmo a presença do mais alto magistrado da nação podia ajudar a resolver os problemas”, disse.
Pedro Neto afirmou que a direcção da rádio ficou satisfeita por ter conseguido mostrar ao Chefe de Estado “a realidade dos factos”, e mostrou-se esperançado de que a intervenção do Presidente ajude a ultrapassar os principais constrangimentos.