O Presidente João Lourenço enviou uma mensagem de condolências à família do nacionalista Brito Sozinho, falecido na última terça-feira, 17, vítima de doença. Em nota, o Chefe de Estado enalteceu o seu percurso patriótico e diplomático
“Foi com um profundo sentimento de pesar que tomei conhecimento do falecimento do nacionalista Brito Sozinho, cuja trajectória de vida é um exemplo de dedicação e entrega à causa da Pátria angolana”, escreveu o Chefe de Estado.
Na mesma mensagem, João Lourenço recorda que, ainda muito jovem, Brito Sozinho abandonou Angola para se juntar à luta pela independência, tendo, depois da proclamação da independência, desempenhado relevantes funções diplomáticas em vários países africanos e nórdicos da Europa.
“Expresso os meus sentimentos a toda a família enlutada e a todos os seus amigos e companheiros de jornada nas várias frentes em que actuou”, conclui o Presidente da República.
MPLA consternado pela perda de uma figura histórica do partido e defensor da soberania nacional
O Bureau Político do Comité Central do MPLA também manifestou o seu profundo pesar pelo falecimento de Brito Domingos Sozinho, mais conhecido como Brito Kissongui.
Militante da primeira linha do MPLA, o partido dos camaradas sublinha que Brito Sozinho destacou-se como um dos mais firmes defensores da luta contra o colonialismo e da afirmação da soberania angolana.
O seu percurso político e diplomático, marcado por décadas de dedicação à causa nacional, começou ainda na juventude, em 1959, aos 18 anos, quando envolveu-se com o Clube Desportivo Ginásio — uma organização ligada à estratégia de massas do MPLA em Luanda, usada para formação política, difusão cultural e contra-espionagem.
No ano seguinte, foi enviado para a Guiné-Conacri, onde participou na instalação da primeira sede do MPLA em África. Teve igualmente um papel central na mobilização dos angolanos em Kinshasa, contribuindo para o fortalecimento da presença do partido entre os exilados.
No domínio cultural, integrou agrupamentos musicais como os “Kimbandas do Ritmo” e o “Conjunto Nzaji”, que aliaram a arte e a luta política durante o período revolucionário.
Durante a sua longa trajectória, Brito Sozinho ocupou várias funções políticas e diplomáticas de destaque, representando Angola como embaixador em países como a Tanzânia, Guiné-Bissau, Suécia e Moçambique.
Em reconhecimento pelo seu serviço à pátria, foi agraciado com várias distinções nacionais e internacionais. O MPLA considera Brito Sozinho um político de carácter íntegro e exemplo de dedicação patriótica, que consagrou a quase totalidade da sua vida aos ideais da libertação e construção nacional, muitas vezes em detrimento do bem-estar familiar.
Até a data da sua morte, era membro do Conselho de Honra do MPLA, sendo lembrado como profundo conhecedor da história revolucionária do país. Em nota oficial, o Bureau Político do Comité Central do MPLA curvou-se perante a memória do malogrado e endereçou à família enlutada as mais sentidas condolências.