O ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca, defendeu, quarta-feira, 06, em Benguela, quando procedia à abertura das jornadas técnico-científicas, que reúne governadores das 21 províncias e seus administradores municipais, a necessidade de se aliar a governação ao conhecimento científico, por permitir ao governante tomar decisões baseadas em dados e “evidências empíricas”. Durante dois dias, os gestores da coisa pública vão tratar de temas que impactam directamente no desenvolvimento das suas comunidades
O ministro Dionísio é defensor de uma governação assente em aspectos técnico-científicos, a fim de que, por via desse mecanismo, se dê resposta cabal aos principais problemas da população.
Diz ser este, aliás, o mote das jornadas técnico-científicas com as quais se deu o pontapé de saída para a semana do desenvolvimento local, período durante o qual se discutem os principais desafios dos municípios e das cidades.
Andando de mãos dadas com a ciência, permite aos gestores públicos gerirem os assuntos locais “com maior transparência e eficiência e responsabilidade” e, por conseguinte, promoverse o desenvolvimento, conforme acentuou o titular do MAT.
De acordo com Dionísio da Fonseca, o desenvolvimento local é um domínio de intervenção de rápida influência no bem-estar das famílias e das comunidades, sendo, igualmente, uma ferramenta estratégica para a redução da pobreza e assimetrias regionais, ao mesmo tempo que promove a aproximação e a melhoria da prestação de serviços à população, garantindo renda e emprego.
O ministro da Administração do Território manifesta o interesse de que os gestores tenham na jornada, que reserva várias abordagens de impacto económico e social, um espaço aberto para o diálogo, partilha de conhecimento e experiências entre o governo e diferentes actores que sectores e/ou empresas concorrem para o desenvolvimento socioeconómico.
“O evento deve constituir-se em um mecanismo de monitoramento da performance e coordenação das acções de desenvolvimento local em Angola”, realça, tendo sustentado que, com a sua realização, “pretendemos traçar as bases para o estabelecimento de uma plataforma permanente de diálogo interactivo por todos os segmentos da sociedade, em torno das políticas locais”, sugere.
Saliente-se que a semana do Desenvolvimento Local é circunscrita nas celebrações do 50.º aniversário da independência nacional e do dia africano da descentralização e do desenvolvimento local, que se celebra a 10 de Agosto, e visa valorizar os avanços da governação local, bem como fortalecer o papel dos municípios no desenvolvimento económico e social do país.
“A experiência do Programa de Fortalecimento da Protecção Social: Avaliação do impacto do kwenda no contexto de desenvolvimento local, aceleração da transformação inteligente dos serviços públicos locais, infraestruturas no contexto do de senvolvimento local: principais opções políticas e projectos estruturantes” são, de entre outros, temas a serem abordados pelos participantes ao evento, nos dias 6 e 7, que tem, igualmente, a Universidade Katyavala Bwila (UKB) a co-organizar ao lado do MAT.
Desenvolvimento local exige respostas inovadoras – admite reitor
O reitor eleito da UKB, Professor Doutor Domingos Calelessa, admite que, nos tempos actuais, se vivem, a nível da governação, desafios relativos ao desenvolvimento local, o que exige de todos os gestores públicos respostas inovadoras, baseadas, fundamentalmente, no conhecimento, na ciência e naquilo que ele chama de «participação activa das populações».
Neste sentido – continua o académico – as universidades jogam um papel que considera insubstituível, não apenas como centro de formação e produção, mas na assumpção de verdadeiros motores de transformação social.
“A Universidade Katyavala Bwila, comprometida com os valores da excelência, inclusão e inovação, vê nestas jornadas uma oportunidade para reforçar o seu compromisso com o desenvolvimento local”, manifestou o responsável.
O governador de Benguela, Manuel Nunes Júnior, afirmou que, em função dos desafios vigentes, a administração, hoje, está como que condenada ao conhecimento, não devendo ficar dissociada de conhecimento e da técnica, sem os quais governar se torna uma tarefa difícil.
O governante sugere, por isso, que se façam das jornadas, num claro apelo aos seus colegas governadores das 21 províncias e, por extensão, a administradores de mais de 300 municípios, uma oportunidade para a valorização do conhecimento, mas partindo da realidade de cada região. Esse exercício – conforme sublinhou – fortalecerá a governação e, deste modo, melhorar-seá a prestação dos serviços locais.
E no meio disso tudo – como sugere – é a população que sai a ganhar. Depois da sessão de abertura, reservada a discursos de entidades, os participantes sujeitaramse àquilo que se chamou de aula magna, subordinada ao tema “lideranças locais e desenvolvimento”, ministrada pelo Doutor Amândio Vaz Velho.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela