No seu discurso durante a cerimónia de recepção de pastas para o cargo de secretária executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Fátima Jardim elegeu como preocupação a definição das competências hierárquicas, bem como da gestão administrativa e de pessoal da organização
A responsável fez saber que já se começou a desenvolver um exercício que melhor enquadrará as atribuições da organização, definindo as competências hierárquicas e de gestão administrativa e pessoal, de forma a aproximar-se cada vez mais dos pressupostos estatutários.
Fátima Jardim declarou que esta será a sua primeira preocupação, e que deverá tratá-la de modo a trabalhar com maior precisão nas competências e conferir dimensão de sucesso e equilíbrio, com a participação de todos, permitindo que, através da troca de experiências, se cumpram os mandatos, participando todos os Estados na construção e elevação da Comunidade.
Outra questão considerada importante por si foi a promoção e difusão da língua portuguesa, perspectivando acções de cumprimento do Plano Operacional até 2026. “Deveremos continuar a perspectivar, alargando os prazos para melhorar a organização e os resultados.
O incremento e a divulgação da nossa língua constituem o principal caminho de aproximação das nossas comunidades, pelo que somos e seremos os responsáveis por garantir que as gerações futuras permaneçam ligadas pela língua portuguesa e à trajectória futura das nossas acções comuns”, referiu.
A nova secretária executiva salientou que o Acordo sobre a Mobilidade entre os EstadosMembros da CPLP estabelece a base legal que facilita e constrói o diálogo para uma maior mobilidade e circulação no espaço da CPLP.
Por essa razão, pretende-se dar continuidade a acordos adicionais em matéria de mobilidade entre os Estados-Partes, reforçando nestas áreas uma verdadeira parceria entre os EstadosMembros, capacitando-os para os desafios, mas também para os riscos que hoje se enfrentam num mundo em que crises e conflitos impõem a todos uma agenda de paz duradoura. “Segurança e democracia podem ser o maior eixo de convergência para a felicidade, estabilidade e progresso dos nossos povos e da nossa Comunidade”, destacou.
O facto de a Comunidade estar espalhada por várias regiões em cinco continentes, e de contar com Observadores Associados e Organizações Internacionais diversificadas, reforça e alarga cada vez mais a influência dos seus membros.
“Alargam-se as candidaturas à adesão à nossa Comunidade. Temos a certeza e firme convicção da nossa influência no diálogo diplomático e na concertação útil para as Nações.
A nossa cooperação é cada vez mais alargada e, através da diplomacia, estamos a dar passos significativos, juntando à nossa acção cultural a vertente económica e, também, a sustentabilidade, fazendo do desenvolvimento uma vertente irreversível no objectivo da nossa Comunidade. Queremos e devemos trabalhar para consolidarmos a nossa coesão.
Somos e seremos mais fortes unidos”, ressaltou. Para que tal aconteça, Fátima Jardim manifestou a necessidade e o dever de trabalhar para consolidar a coesão, pois só assim estarão mais fortes e unidos.
“A nossa actuação e dinâmica assentar-se-ão em quatro eixos fundamentais: a continuidade na educação, principalmente da nossa juventude; o emprego e a inclusão social, priorizando a dignificação dos nossos cidadãos — realço aqui a diáspora, que com muito êxito realizou, há uma semana, o Fórum Europa–África, um autêntico desafio ao desenvolvimento pelos temas apresentados; a diplomacia económica, com associação e resultados cada vez mais notórios no nosso desempenho em matéria de investimentos; a comunicação social, como forma de divulgarmos a CPLP e os nossos resultados; e, por fim, a continuidade de projectos benéficos e visíveis, que todos temos conseguido concretizar com muito esforço”, fundamentou.
De salientar que a diplomata angolana Maria de Fátima Jardim foi eleita, por unanimidade, para o cargo de secretária executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), para o biénio 2025–2027, durante a 15.ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, realizada neste mês na capital da República da Guiné-Bissau.