O Presidente da República e Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, confiou ao chefe da diplomacia angolana, Téte António, a leitura da sua declaração política na 2.ª sessão de trabalho da 17.ª Cimeira dos BRICS, no painel dedicado ao Ambiente, COP30 e Saúde Global. Na sua mensagem, o estadista reforçou o apelo à acção climática e cooperação na saúde mundial – lembrando que “sem financiamento climático, África enfrentará impactos desproporcionais”
No discurso lido por Téte António, o Chefe de Estado angolano começou por saudar a realização da próxima COP30 no Brasil, destacando o simbolismo do evento ao assinalar os 10 anos do Acordo de Paris e os 33 anos da ECO92. Para João Lourenço, a conferência “deve marcar um ponto de viragem”, com acções concretas visando travar as alterações climáticas e evitar que a tripla crise planetária — alterações climáticas, perda da biodiversidade e poluição — continue a comprometer a saúde, a estabilidade social e a economia mundial. “Em África, muitos países ainda estão a formular os seus planos de adaptação climática.
Os que já os têm enfrentam grandes dificuldades de financiamento para implementá-los. Se não houver progresso neste sentido, o continente continuará a sofrer os impactos climáticos de forma desproporcional”, advertiu.
O Estadista angolano defendeu que a COP30 deve chegar a consensos fundamentais sobre a mitigação de emissões, adaptação, compensação por perdas e danos, transição energética justa e preservação das florestas tropicais. Sublinhou ainda que, embora o continente africano seja responsável por apenas 4% das emissões globais de gases com efeito de estufa, tem estado empenhado, através da Agenda 2063 da União Africana, em reforçar a sua acção climática e resiliência.