As acções de alguns partidos na oposição – com a UNITA à cabeça – de integrar membros da sociedade civil em suas listas de deputados fragiliza, de certo modo, a sociedade civil, que acaba por ser politizada – constata o coordenador da ONG Omunga, João Malavindele, em entrevista exclusiva a este jornal. o activista diz que a sociedade civil em Angola vai, aos poucos, perdendo o seu “peso” por conta dessas práticas políticas
Malavindele observa que, na maior parte dos casos, os activistas cooptados para integrar lista de deputados para o Parlamento, com destaque para a UNITA, maior partido na oposição, se transformam em “activistas políticos”, perdendo a sua essência inicial.
João Malavindele é defensor de uma cooptação que não obrigue a uma espécie de “prisão” aos partidos. Segundo disse, cria-se a falsa ideia de que são “deputados independentes”, mas, no hemiciclo, “embebedam-se” com doutrinas partidárias. E é deste modo que se está a matar a socieda- de civil, considera.
O activista socorre-se do passado para sustentar que a experiência de 2022, com alguns membros da sociedade a integrar a lista da UNITA, não foi lá muito boa para o país, esperançado que, dessa vez, isto é, em 2027, não se cometam os mesmos erros. Se, no passado, a responsabilidade de fragilização da sociedade civil era atribuída ao Governo, mediante “compras de cérebro”, segundo aponta, hoje a oposição tem desenvolvido acções que a têm fragilizado.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela









