Nos últimos anos, o ZAP Cinemas tem-se afirmado como um dos principais impulsionadores da crescente produção cinematográfica nacional. Com centenas de sessões dedicadas a filmes angolanos, o cinema da ZAP coloca-se ao serviço de um ecossistema artístico, cultural e económico em pleno desenvolvimento.
A sua ampla capacidade de exibição e divulgação transforma as salas do Shopping Avennida do Morro Bento numa peça essencial da crescente indústria cinematográfica angolana.
A relação entre o ZAP Cinemas e a sétima arte do país não é recente. Em 2018, o cinema abriu-se oficialmente ao talento nacional com a comédia “Sexta-feira Mwangolé”, realizada por Ho Chi Fu.
Desde então, milhares de espectadores assistiram a dezenas de produções “made in Angola” naquele espaço. Destacam-se os grandes sucessos de bilheteira como “Falso Perfil” (Dorivaldo Fernandes), “A Dívida” (Anacleto de Abreu), “A Caixa” (Carlos Rodrigues) e “Perverso” (Mawete Paciência), este último exibido já em Março deste ano.
Importa também recordar o papel fundamental do ZAP Cinemas na exibição de documentários angolanos, como os premiados “Para Lá dos Meus Passos”, de Kamy Lara, e “Do Outro Lado do Mundo”, de Sérgio Afonso – registos que contribuem para a preservação da memória colectiva e identidade cultural angolana, dentro de um contexto global. Estes marcos não são apenas uma lista de títulos.
Dentro da cadeia de valor da indústria cinematográfica, a exibição é um elo imprescindível. Ao tornar os filmes acessíveis ao público, o circuito de salas como o ZAP Cinemas gera receita, promove talentos e alimenta a procura por mais conteúdo nacional.
O entusiasmo do público traduz-se em demanda, e essa demanda converte-se em rentabilidade, dinamismo e mais produção. Quando uma sala de cinema aposta em conteúdos nacionais, o seu impacto é detonador e multiplicador: fomenta novos realizadores, estimula estúdios, impulsiona distribuidoras e convida até ao surgimento de outras salas de exibição. Cria especialização, profissionaliza o sector e eleva a qualidade dos produtos audiovisuais que oferecemos ao mercado.
Um exemplo claro desta dinâmica é a área da dobragem em português de conteúdos internacionais. Há poucos meses, o ZAP Cinemas estreou “Zak & Wowo” – um sucesso global que chegou ao público angolano com vozes de Gilmário Vemba, Dji Tafinha e Edgar Sousa, numa versão totalmente local produzida pela Makas Audiovisuais. Resultado? Um êxito de bilheteira e um impulso real à cadeia de valor audiovisual angolana.
É esta visão de futuro que nos deve mover. Nigéria, com a sua vibrante indústria de Nollywood, é um exemplo concreto: em 2021, o cinema contribuiu com mais de 600 milhões de dólares por ano, representando 2,3% do PIB do país. Angola está longe desse patamar – mas potencial não nos falta.
O relatório da UNESCO “A Indústria de Cinema Africana: Tendências, Desafios e Oportunidades de Crescimento” (2021) identifica Angola como mercado em crescimento, elogia os nossos recursos naturais para filmagens e sublinha o reconhecimento de obras nacionais em festivais internacionais.
Filmes como “Independência”, “Ar Condicionado” (de Fradique) e “Nossa Senhora da Loja do Chinês” (de Ery Cláver) já foram exibidos no ZAP Cinemas e são exemplos claros da riqueza que o cinema nacional pode oferecer – tanto dentro como fora de portas.
Temos o talento, temos as histórias e temos o público. O ZAP Cinemas continuará na linha da frente deste movimento cultural, social e económico, que nos reconecta connosco próprios através da magia do cinema.
As nossas histórias, contadas por nós e para nós, merecem estar no centro da tela. Porque quando nos vemos no ecrã, reconhecemo-nos – e crescemos, como país, como povo, como angolanos.
Por: VANESSA BERENGUEL
Directora de Marketing da ZAP