OPaís
Dom, 22 Jun 2025
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Publicações
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Publicações
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
Sem Resultados
Ver Todos Resultados

Um olhar à antroponímia bantu: o caso dos nomes umbas

Jornal Opais por Jornal Opais
5 de Dezembro, 2023
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
0

Os nomes Umba são muito frequentes na cultura bantu. Enquadram-se num contexto de morte ou saúde. Na verdade, a palavra Umba refere-se a uma doença que actua sobre os órgãos genitais das mulheres, criando borbulhas que dificultam o nascimento causando morte à criança ou as faz nascer moribundas, podendo viver até um certo tempo e depois acabar por morrer.

O nome Umba aparece quando uma família depois de ser vítima várias vezes da doença, consegue finalmente ter um recém que vive mais tempo.

São esses que os familiares com o medo de perderem este rebento lhe colocam um nome feio ou de desprezo de maneira a proteger o filho da morte.

Estes nomes é que são chamados de Umba. Como não cabe na mente do muntu a morte ocorrer a uma pessoa tão jovem como um recém-nascido, então liga-se este facto a pragas.

Assim, acredita-se que há um espírito mau que costuma roubar a vida dos bebés da família e usa-se o nome para despistar a morte.

Há casos que o recém fica sem nome durante um bom tempo, fica-se à espera que o mais novo elemento da família morra como costume, quando estes passam o tempo previsto acabam por ser nomeados mais tarde.

Normalmente, os pais evitam dar muita atenção a estes filhos, demonstrando um sentimento agridoce, isto é, de pessimismo e esperança.

Estes nomes podem ser chamados de várias formas. Há quem os chame nomes de desprezo outros como nomes terapêuticos ( Tchimboto e Ukwahamba:2019). São terapêuticos na medida em que funcionam como cura da doença umba e despistam o espírito da morte que se direccionam ao nascituro.

Na nossa pesquisa,houve ainda quem os chamasse de nomes salvíficos, por exemplo, o colega Couve afirma que na sua aldeia ( Monte Belo – Tchisandji) são encarados como nomes de salvação ou de esperança, já que se pensa que o fingir que os pais nada se importam com o nascituro e, portanto, desprezam-no ajudam a salvar o bebé, pois, os espíritos maus atraem-se por coisas valiosas, e não desprezíveis.

Podem ser tidos como nomes de fingimento. Todas essas posições , na verdade, ajudam a explicar ainda mais o nome umba.

Na nossa pesquisa, encontramos vários nomes Umba perfeitos, ou melhor, aqueles que o sentido aponta mesmo para o sentido de Umba, os unánimes, enquanto que outros são discutíveis , porque podem ser assim tidos como não, porquanto a sua acepção depende fundamentalmente do contexto em que são assim dados.

Abaixo segue a lista dos trinta e cinco (35) nomes umba, alguns certamente passíveis de discussão:

1. Lusati – este nome deriva de « olusati» que significa resto do milheiro, lixo, parte não aproveitável, quando se colhe o milho, aquelas folhas que não têm valor é que são chamadas de lusati. Lusati é, logo, algo desprezível, sem valor, igual a dizer lixo, o que não presta; 2.

Tchikakwala ( bicho feio, largaticha) é nome de um amigo que diz que quando pequeno, era assim chamado, porque os seus pais antes dele tiveram mais filhos, mas morreram.

Largatixa é algo desprezível, quase invisível; o mesmo amigo diz que era também chamado de Kandoti (rato pequeno) e Katchandju (ninho pequeno); 3. Neketela ( terra) para dizer que chegou agora mas já é terra, já se vai.

Este, tal como os outros, será novamente enterrado; 4. Kupita ( passagem ) significa que este recém-nascido veio, mas não para ficar, pois já vai, é apenas um visitante, porque está de passagem; 5.

Ukwakwenda ( vai partir) veio, mas já está de malas feitas para regressar, para ser levada/o pela morte; 6. Sukwakwetche ( nas mãos de Deus) este nome depende do contexto que é dado.

Como umba significa que os pais têm uma certa esperança que viva, apesar de haver também um certo pessimismo.

 

Por. FERNANDO TCHACUPOMBA

Jornal Opais

Jornal Opais

Relacionados - Publicações

Carta do leitor:Proteger o ambiente…
Opinião

Carta do leitor:Proteger o ambiente…

11 de Junho, 2025
A minha reflexão sobre o respeito devido ao militar e à farda: o simbolismo do juramento à bandeira, a sua honra única e os 50 anos depois!
Opinião

A minha reflexão sobre o respeito devido ao militar e à farda: o simbolismo do juramento à bandeira, a sua honra única e os 50 anos depois!

2 de Maio, 2025
A influência social como competência-chave do futuro
Opinião

A influência social como competência-chave do futuro

28 de Abril, 2025
Entender o contexto linguístico ou ser um caçador de erros?
Opinião

Entender o contexto linguístico ou ser um caçador de erros?

14 de Abril, 2025
OPais-logo-empty-white

Para Sí

  • Medianova
  • Rádiomais
  • OPaís
  • Negócios Em Exame
  • Chiola
  • Agência Media Nova

Categorias

  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Publicações

Radiomais Luanda

99.1 FM Emissão online

Radiomais Benguela

96.3 FM Emissão online

Radiomais Luanda

89.9 FM Emissão online

Direitos Reservados Socijornal© 2025

Sem Resultados
Ver Todos Resultados
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo

© 2024 O País - Tem tudo. Por Grupo Medianova.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para a utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.