Cinco décadas depois da independência, Angola caminha pelos trilhos do multipartidarismo desde o início dos anos 90, depois dos célebres Acordos de Bicesse, em que participaram efusivamente os países que, durante o conflito armado, apoiaram as partes beligerantes.
Portugal, então potência colonizadora, mas com fortes influências ainda até aos dias de hoje, os Estados Unidos da América – que assistiram financeira e materialmente a UNITA – e a Rússia, o braço e ombro amigo do MPLA.
Desde então, não obstante as alterações existentes na geopolítica mundial, houve sempre da parte das autoridades angolanas uma postura de colaboração no sentido de se construir uma relação mais forte, impactando em várias áreas de investimento e cooperação baseadas no respeito mútuo.
E nos últimos anos, sobretudo com o reforço da diplomacia económica e a ascensão do Presidente João Lourenço à liderança da União Africana, Angola ganhou uma nova posição no cenário mundial, tornando-se uma porta onde hoje vários países buscam não só fazer investimentos, como também solução para alguns conflitos que afligem o próprio continente.
Em muitos casos, sobretudo por implicarem custos, na realização de grandes eventos de dimensão da Cimeira União Africana – União Europeia em curso, ainda assim, são esperados muitos mais resultados noutros domínios se se tiver em conta o que acaba por advir dos encontros e dos planos gizados.
Em Luanda, por exemplo, fala-se hoje na busca de perto de 40 mil milhões para o continente, depois de há pouco tempo se ter ainda buscado financiamentos avaliados em cerca de 20 mil milhões de dólares para as infra- estruturas. Em muitos casos, acabam por ser projecções, mas é de encontros como os que se viram que saem, sim, decisões que acabam por impactar posteriormente em projectos que, seguidamente, se revertem em mais investimentos, criação de postos de trabalho e uma maior renda para os cidadãos.
É curioso a forma como organizações que auspiciam o poder procuram descredibilizar ao máximo qualquer exercício que no final poderá se reverter em ganhos até mesmo para os seus próprios interesses, que não estão distantes daquilo que é o que deseja a maioria dos angolanos. Afastados de qualquer espírito de patriotismo, muitas vezes, vai-se tornando quase doentio ver determinados pronunciamentos que se fazem apenas pelo desejo de se querer descredibilizar tudo.
Isto é, como se um dia alguns destes profetas do caos pudessem apresentar alguma varinha mágica que permitisse Angola caminhar sozinha, sem qualquer relação com outros países, nem sequer a busca de investimentos externos. Ainda estamos lembrados da abismal afirmação de que Angola teria comprado a liderança da União Africana, porque supostamente não era ainda a sua vez.
E agora, quando a Europa, os seus líderes e até o secretário-geral da ONU pisam o nosso solo para analisar as questões mais prementes do continente, como investimentos e imigração, por exemplo, alguns profetas acreditam que existam outros interesses por trás destas iniciativas. Para muitos, o importante é apenas criticar.









