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Preconceito linguístico em relação à fala da população rural angolana

Jornal Opais por Jornal Opais
12 de Setembro, 2024
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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Preconceito linguístico em relação à fala da população rural angolana

Angola é um país rico em variedade cultural e linguística, além do português, Angola possui um vasto patrimônio de línguas nacionais, cada uma ligada a um grupo étnico específico.

As principais línguas nacionais são: Kimbundu: Falada principalmente na região central de Angola, em torno de Luanda, Umbundu: Falada no centro-sul do país, sendo a segunda língua mais falada após o português, Kikongo: Predominante no norte de Angola, com diversas variantes, Tchokwe: Falada no leste de Angola., Mbunda: Falada no sul de Angola, Kwanyama: Falada no sul de Angola, principalmente na província de Cunene.

Somam-se a estas Outras línguas também faladas em Angola, como o nganguela nhaneca e várias línguas khoisan. O preconceito linguístico é um problema social profundamente enraizado em muitas sociedades, incluindo Angola.

No contexto angolano, a relação entre a língua portuguesa, considerada a língua oficial, e as diversas variedades linguísticas faladas nas áreas rurais é marcada por um histórico de desigualdades e discriminação.

As raízes do preconceito linguístico remontam ao período colonial, onde se impôs a língua portuguesa como instrumento de dominação, desvalorizando as línguas nativas e as variedades linguísticas locais, por outra a valorização excessiva do padrão culto da língua portuguesa, aprendido nas escolas e utilizado nos meios de comunicação, contribui para a marginalização das formas de falar mais populares e menos formalizadas.

A associação da fala rural à falta de educação, à ignorância e à inferioridade social reforça o preconceito linguístico. Frequentemente pessoas com substrato linguístico africano tendem a ser encaradas como merecedoras de menor atenção quando comparadas a pessoas que usam a norma padrão do português.

Dizia um antigo professor meu o seguinte: “Falo tão bem o português quanto um português fala o Umbundo ou kimbundo”.

Diante deste quadro surgem implicações cujas consequências não podem e nem devem ser negligenciadas, pois o preconceito linguístico gera:

• Dificuldade de acesso a serviços: Pessoas que falam variedades linguísticas não padroniza- das podem enfrentar dificuldades em acessar serviços públicos, como saúde e educação, devido à exigência do uso da língua portuguesa padrão.

• Baixa autoestima: O preconceito linguístico pode afetar a autoestima das pessoas, levando- as a se sentirem inferiorizadas e a terem dificuldades para se expressar em situações formais.

• Perda da diversidade linguística: O preconceito linguístico pode levar à perda da diversidade linguística, com o desaparecimento de línguas e variedades linguísticas minoritárias. Faz-se necessário um olhar crítico sobre estes aspectos que se vão desenrolando dentro do nosso teatro social e psicológico. É preciso encontrar caminhos para a solução deste mal silencioso que afecta diversas pessoas.

É fundamental reconhecer e valorizar a riqueza e a diversidade das línguas e variedades linguísticas faladas em Angola. As escolas devem promover uma educação linguística que valorize a língua materna dos alunos e que os prepare para usar a língua portuguesa de forma adequada em diferentes contextos.

É preciso promover campanhas de sensibilização para combater o preconceito linguístico e para mostrar que todas as variedades linguísticas são válidas.É importante promover o uso da língua portuguesa em diferentes contextos, incluindo os meios de comunicação, para que ela se torne mais acessível a todos.

Em suma, o preconceito linguístico em relação à fala da população rural angolana é um problema complexo com raízes históricas e sociais profundas. Para superá-lo, é necessário um esforço conjunto de toda a sociedade, com o objectivo de valorizar a diversidade linguística e promover a inclusão social.

POR: MARIANO DE JESUS

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