“Angola mudou, a juventude está perdida”, dizia um velho sábio. É bem provável que, na semelhança de muitos angolanos, já ouviu a frase mencionada pelo idoso e, talvez, não considera um exagero. Há realidades que nós não podemos esconder, infelizmente, pois são visíveis em todos os cantos.
Não nos surpreende, por exemplo, as festinhas nas esquinas da cidade capital e, muitas delas, não são supervisionadas, na verdade, são festas descontroladas que, muitas vezes, os adolescentes acabam por usar drogas e cometem imoralidade sexual.
É comum, quase no fim da festinha, os meninos entrarem em discussões e brigas. Talvez, até aqui, poderá fazer a seguinte pergunta: como é chamada essa actividade? A resposta é simples: festa do mundinho. Sem dúvida, esse fenómeno é um dos grandes influenciadores do vírus mata-aulas.
É verdade que, para ser sincero, alguns professores também podem influenciar no desinteresse das aulas, por exemplo, quando usam métodos de ensino pouco interativos, a falta de conexão com a realidade, o fraco domínio do conteúdo; por outro lado, além dos professores, há também o ambiente escolar desmotivador e problemas familiares; porém, actualmente, dentro do pacote do desinteresse das aulas consta, sem sombras de dúvidas, o fenómeno mundinho, o vírus letal do mata-aulas.
Os adolescentes, alguns, claro, pensam: terminarei os dois últimos tempos de aulas na sexta-feira ou irei à FESTA DA TARDE DOS APUTARADOS? Na quarta-feira, terminarei o terceiro e o quarto tempo ou irei à FESTA DA QUARTA LOUCA? A juventude precisa da nossa ajuda, logo temos que, constantemente conversar com os adolescentes sobre os perigos desse caminho.
As autoridades devem encerrar essas festinhas descontroladas. Os professores devem promover mais palestras e outras actividades de reflexão. Se nos unirmos pelos nossos irmãos, talvez consigamos, não acabar na totalidade, mas minimizar esse grande vírus: o fenómeno mundinho.