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O Conclave de Abidjan

Jornal OPaís por Jornal OPaís
2 de Junho, 2025
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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O Conclave de Abidjan

Nas primeiras semanas de Maio, os olhares do mundo viraram-se para o Vaticano, onde pudemos testemunhar a eleição do novo sumo pontífice. Conjuntamente, na última quinta-feira (29), do outro lado do mediterrâneo, vimos a fumaça branca pairar nos céus de Abidjan simbolizando a eleição do Mauritano Sidi Ould Tah à presidência do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), a quintessência das finanças internacionais a nível do continente berço da humanidade.

Fundado com a missão de promover o crescimento económico sustentável e erradicar a pobreza em África, o Banco Africano de Desenvolvimento ao longo da sua história atravessou momentos de reestruturação profunda que ajudaram a construir credibilidade institucional e contribuíram para a pré-definição dos passos – ainda curtos – de sustentabilidade financeira que o continente tem dado com a criação da organização em Cartum, Sudão, em Setembro de 1964, período que coincide com a década das independências africanas.

A dimensão das reformas – que em cada quinquénio moldam a imagem e a dinâmica do Banco e que, de alguma forma, influenciam a disponibilidade das opções de financiamento para os países africanos – é intrinsecamente ligada à visão da pessoa que ocupa o cadeirão máximo da organização, fazendo da eleição que acontece de cinco em cinco anos, um momento crucial para o continente africano, principalmente levando em conta que o Presidente do BAD é eleito pelo conselho de governadores do banco, que inclui ministros das finanças e governadores de bancos centrais de seus 81 países-membros regionais e não-regionais.

A eleição precisou de três rodadas de votação para decidir entre os cinco candidatos na disputa. Tah venceu com 76,18% dos votos, à frente de Samuel Maimbo, da Zâmbia (com 20,26%), que é vice-presidente do Banco Mundial, e Amadou Hott, ex-ministro da economia do Senegal (3,55%). Desde 2015, Tah tem gerido o Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA), sediado em Cartum, Sudão.

Ele já ocupou cargos sénior no governo da Mauritânia, incluindo ministro da agricultura e ministro da economia e desenvolvimento rural, e foi até mesmo assessor económico do presidente.

A vasta experiência à frente do Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África jogou a seu favor diante dos principais países membros do Banco Africano de Desenvolvimento, pois a eleição do economista mauritano representa uma viragem estratégica num momento em que a organização busca novos parceiros e novas fontes de financiamento, especialmente com o corte do financiamento na ordem dos 555 milhões de dólares que a administração de Trump anunciou recentemente.

Os Estados Unidos sempre desempenharam um papel fundamental no processo de consolidação da credibilidade do BAD diante das principais instituições financeiras internacionais, resultando na classificação “AAA” que a instituição actualmente detém.

Todavia, é preciso que o Banco busque novos parceiros cuja coerência das decisões políticas reflita estabilidade governativa e transmita confiança recíproca à longo prazo.

Hoje, o continente atravessa uma conjuntura económica que exige dos governos africanos maior pragmatismo na gestão das contas públicas, priorizando a construção de infraestruturas de grande relevância, para solucionar alguns dos inúmeros problemas que África ainda enfrenta, como a falta de escolas nas zonas rurais, hospitais bem equipados e meios de transporte público capazes de dinamizar a mobilidade urbana nas principais metrópoles africanas.

Portanto, assim como a palavra “Pontífice” é oriunda do latim e significa “construtor de pontes”, esperamos que o novo “pontífice das finanças” do continente africano e guardião da sua maior instituição financeira construa pontes entre as reformas estruturais que o continente urgentemente precisa, e a alocação de recursos financeiros para a materialização das mesmas.

Esta aspiração emana da nobre missão do Banco Africano de Desenvolvimento, de promover o crescimento económico sustentável e a erradicação da pobreza em África.

Por: MANUEL NDUNDU

*Consultor de Negócios para África, Estudante angolano em Pequim, Mestrando em Finanças Públicas, Universidade Central de Economia e Finanças 31 de Maio de 2025

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