Vivemos a era da tecnologia e da informação, onde as palavras e as imagens viajam virtualmente a uma velocidade hipersónica nunca antes vista. As palavras voam com o vento pelo mundo em fracção de segundos, especialmente quando expostas nas redes sociais.
Esta era avigorou as liberdades e deu voz a quem não tinha, deu visibilidade ao que antes era oculto, escancarou as portas da privacidade e deu palco a novos intérpretes, muitas vezes, despreparados e sem enredos.
Mas essa liberdade traz consigo desafios e enormes responsabilidades, particularmente no que toca ao respeito ao próximo e à defesa da honra da pátria. A nossa pátria é um lugar sagrado, onde nascemos, crescemos e onde tantos heróis angolanos lutaram e deram a vida pelas nossas conquistas e para garantir um futuro melhor para todos.
Ofender a pátria gratuitamente, nas redes sociais, não deve ser um acto banalizado. O exercício da liberdade de expressão exige, no mínimo, o respeito à nossa pátria-mãe.
A crítica construtiva é essencial para o progresso e desenvolvimento de qualquer nação, mas deve, necessariamente, ser acompanhada de respeito ao próximo e, particularmente, de uma preocupação com a salvaguarda do seu nome.
A pátria somos todos nós, eu e tu; os nossos pais e irmãos; os nossos filhos e sobrinhos, e devemos defendê-la e protegê-la. Ridicularizar a pátria por impulso não é mais senão difamar a nós mesmos e a quem lutou e luta todos os dias honestamente para a tornar num lugar melhor.
A pátria é o nosso lar supremo. É onde nascemos, onde aprendemos a caminhar e, em muitos casos, onde nos tornamos adultos e nos fazemos homens. É o único lugar na terra que é, de facto, nossa pertença.
Tal como uma mãe, a pátria espera de nós o melhor, inclusive, se necessário, defendê-la com todas as nossas forças e capacidades. A pátria é o lugar onde te conectas com profundos laços de cidadania, cultura e sentimento de pertença, independentemente das circunstâncias.
A pátria deve sobrepor-se a todos os interesses, particulares ou de grupos, e não deve ser culpada pelos erros ou falhas dos filhos. A pátria angolana é uma terra abençoada, que nos oferece uma infinidade de oportunidades, para que possamos viver com dignidade.
É como uma mãe, que chora e entoa cânticos de súplica, para que os filhos honrem o seu nome e os seus feitos. Não deve ser afundada na lama pelas decisões erróneas de alguns. Frases como “Angola é um meme”;
“Angola acabou”; “país podre”, entre outras mais ofensivas, são partilhadas nas redes sociais, manchando esta terra que tanto tem para nos oferecer. A nossa pátria é rica em história e cultura.
O sentimento de pertença para com a mãe-pátria em todos os angolanos ultrapassa qualquer distância geográfica, mas, ainda assim, a mesma é pisoteada, humilhada, maltratada, culpabilizada pelos erros e falhas dos supostos filhos, e até mesmo dos enteados sorrateiros que se apropriam dela para a delapidar e humilhar. Que filhos são esses, que publicamente cospem na própria mãe, desprezando-a, e não percebem o grito de dor e de súplica por ajuda e protecção.
E tudo ela deu aos seus: uma terra vasta e fértil, de sol ardente, clima produtivo, um mar gigantesco e riquezas abundantes para quem deseja explorar com justiça e rigor.
A pátria não pode ser discriminada, abusada, caluniada e pisoteada por aqueles que a deviam defender com a própria vida. Dói ver jovens cuspirem pornograficamente sobre o rosto triste da já tão sofrida mãe Angola.
Nesta pátria repousam os nossos antepassados. Aqui muitos filhos irão nascer e crescer. Nesta pátria sofrida, a maioria de nós repousará para a eternidade. Aqui depositaremos os nossos sonhos e aspirações, portanto, devemos protegêla e amá-la.
Usar as redes sociais para deliberadamente humilhar, despudoradamente descarregar toda a fúria e frustrações diversas, unicamente para maltratar, desonrar e, muitas vezes, difamar e caluniar a nação devia ser considerado um crime grave, porquanto é dever de cada um dos seus honrá-la, respeitá-la e defendê-la.
Os governos passam, os homens passam, mas a pátria deve permanecer. A pátria é a nossa terra, o solo sagrado e único, que nos viu nascer, que nos conecta profundamente, com laços únicos e inquebrantáveis, que nos acolhe, mesmo quando o resto do mundo nos fecha a porta.
A pátria acolhe-nos de braços abertos, calorosa e infinitamente nos enxuga as lágrimas, aconchega-nos suavemente e protege-nos. A pátria é a mãe apunhalada pelas costas, mas que jamais nos abandona. Carrega-nos nos braços, ou às costas.
Mesmo quando ensanguentada e suportando dores sem medida, é o nosso porto seguro. A pátria sobrepõe-se a qualquer governo, aos dirigentes, aos políticos, aos religiosos, aos docentes, a quem quer que esteja no topo da hierarquia governamental.
Ela tem de sobrepor-se às intempéries, às crises, aos dilemas e dificuldades da vida. A pátria é o nosso lar, e devemos não jogar a sua honra na lama encardida dos memes e reels das redes sociais.
Respeitemos a pátria! Devemos todos usar de forma consciente a nossa voz, para construir, inspirar e transformar este lar comum. Angola precisa, mais do que nunca, do nosso talento, energia e sabedoria para torná-la num lugar cada vez melhor para viver.
Por: OSVALDO FUAKATINUA