Foram mais de quatro mil condecorações. Muitos foram os filhos desta pátria que viram os seus esforços reconhecidos, outros não tiveram a mesma sorte, o que vem ainda desencadeando inúmeras opiniões nos vários círculos políticos, económicos e sociais.
Num rol de políticos, economistas, empresários, desportistas e outros profissionais,o enigma residia, para muitos, no reconhecimento dos feitos dos subscritores de Alvor, assim como do malogrado Presidente José Eduardo dos Santos, que dirigiu o país entre 1979 e 2017.
E foi na véspera das comemorações do 50.º aniversário da Independência Nacional que António Agostinho Neto, que já havia merecido uma primeira distinção, Álvaro Holden Roberto e Jonas Savimbi estiveram em evidência, dando um outro cunho à última cerimónia de condecorações feita pelo Estado angolano.
Longe das preces de muitos, que pareciam mais virados para um final menos estrondoso, como o que se teve no Hotel Intercontinental, a presença dos parentes mais directos de António Agostinho Neto, Jonas Savimbi e Holden Roberto acabou por conferir um outro peso às referidas condecorações.
Ver os filhos dos então líderes da FNLA e da UNITA, em números tão representativos, indica que os caminhos da reconciliação há muito tiveram início, cabendo a cada um dos angolanos, entre políticos e não só, fazer a sua parte. Memorável, seguramente, foi o momento em que os presentes, em pé, aplaudiram vivamente os dois filhos do então Presidente José Eduardo dos Santos, nomeadamente Joseane e Danilo, quando receberam a medalha em homenagem ao pai, que hoje já não faz parte do mundo dos vivos, mas o seu nome mantémse indissociável à vida dos angolanos directa ou indirectamente.
De lado também não ficaram aqueles países que, nos momentos mais difíceis do país, sempre estiveram presente. O Brasil, o primeiro a reconhecer a independência, a China, o braço amigo que permitiu a reconstrução nacional, a Igreja Católica, Cuba e outros, que albergaram as várias jornadas para o alcance da paz, que só se conseguiu em 2002, depois de uma guerra fratricida entre irmãos angolanos.
Pena que se tenha terminado. Mas, como frisou o Presidente da República, João Lourenço, ‘nesta jornada de outorga de medalhas no peito de alguns, mas que a todos pertencem, assumamos o compromisso de termos a coragem de enterrar em definitivo o que foi o nosso passado negativo e nos concentrarmos juntos nas ingentes tarefas do desenvolvimento económico e social do nosso país’.









