A linguagem é um fenómeno fascinante e complexo que tem sido objecto de estudo ao longo dos séculos. As teorias linguísticas surgem como tentativas de compreender e explicar a natureza da linguagem, suas estruturas e funções.
Neste artigo, apresentarei uma visão geral de algumas das principais escolas de pensamento linguístico e os autores que as fundamentaram, destacando suas contribuições e impactos no campo da Linguística.
Uma das primeiras escolas a destacar-se foi o “Estruturalismo”, que emergiu no início do século XX, com figuras proeminentes como Ferdinand de Saussure. Saussure introduziu conceitos fundamentais, como a distinção entre “langue” (sistema da língua) e “parole” (uso da língua).
O estruturalismo enfatiza a análise dos elementos da linguagem em termos de suas relações dentro do sistema, promovendo uma abordagem sincrónica. Em contraposição ao estruturalismo, surge o “Funcionalismo”, representado por autores como Michael Halliday.
Esta escola enfatiza a função social da linguagem e como ela é utilizada na comunicação. Halliday argumenta que a estrutura da linguagem deve ser compreendida em relação às suas funções comunicativas e contextuais, destacando a importância do contexto na análise linguística.
Outra teoria significativa é a “Teoria Gerativa”, proposta por Noam Chomsky nos anos 1950. Chomsky revolucionou o campo da Linguística ao introduzir a ideia de que a capacidade linguística é inata aos seres humanos.
A sua abordagem gerativa foca nas regras universais que governam todas as línguas e na gramática como um sistema abstracto que pode gerar um número infinito de frases.
O “Cognitivismo” também desempenha um papel importante nas teorias linguísticas contemporâneas. Autores como George Lakoff exploram a interacção entre linguagem e cognição, defendendo que a linguagem reflecte estruturas mentais.
A teoria cognitiva sugere que a compreensão linguística está profundamente enraizada nas experiências humanas e nas percepções sensoriais. Além disso, o “Pragmatismo” traz uma nova dimensão à análise linguística, com autores como H.P. Grice, que introduziu o conceito de implicatura conversacional.
O pragmatismo concentra-se no uso da linguagem em contextos específicos e nas intenções dos falantes, enfatizando que o significado vai além das palavras proferidas. Finalmente, não podemos ignorar o impacto das teorias sociolinguísticas, representadas por autores como William Labov.
Esta escola investiga como factores sociais influenciam o uso da linguagem, abordando questões como variação dialectal, identidade linguística e preconceito linguístico. As teorias linguísticas são vastas e diversificadas, cada uma oferece uma perspectiva única sobre a complexidade da linguagem humana.
Desde o estruturalismo até o pragmatismo e além, cada escola contribui para nossa compreensão do fenómeno linguístico. A riqueza do pensamento linguístico continua a evoluir, convidando-nos a aprofundar ainda mais nosso conhecimento sobre essa fascinante área do saber.
Por: FERNANDO CHILUMBO
- Jornalista em Progresso









