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Especialistas em Falar Mal de Tudo e Todos

Jornal Opais por Jornal Opais
17 de Outubro, 2023
Em Opinião

Falar mal dos outros temse tornado numa autêntica profissão, em que pessoas se tornam especialistas em maldizer do próximo, são tão engenhosas que aonde estão, quando abrem a boca, é só para lançar farpas e pedregulhos verbais contra alvos premeditadamente escolhidos, não se contêm nem mesmo em ambientes cerimoniais, onde o respeito máximo ao próximo é exigido, como em casamentos e óbitos, a sua aptidão para o mal é tão acérrima que conseguem encontrar defeito em tudo e todo, mesmo quando, muitas vezes, e na maioria das vezes, sejam verdadeiros embustes.

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Se estiverem em um casamento, reclamam da comida, do fato do noivo que não combinou com os sapatos; do vestido da noiva que é excessivamente decotado ou muito apertado; do salão que é pequeno ou do chão não ser ideal para as passadas de Semba ou kuduro; da comida que é ferrada e da bebida que é pouca; da musica que não é boa e até da decoração ou dos padrinhos que não combinam com as caras dos noivos.

Para os especialistas em falar mal dos outros, tudo está errado, deixam de usufruir dos eventos e se focam em procurar defeito em tudo e todos.

Se estiverem no komba, aí então é que a reclamação é mais incabível, começa com a viúva que está a chorar pouco e murmuram entre si “ já deve ter outro”, ou da casa que o defunto deixou ser pequena ou apertada; entram para bisbilhotar os aposentos e os pertences da família enlutada; atribuem classificações aos óbitos, “fraco ou forte”, consoante a abundância ou não de bebida alcoólica ou de boa comida, “aquele óbito não bateu, foi fraco, nem bêbado fiquei”; de forma incógnita reclamam da urna que é barata e do carro fúnebre, mas paradoxalmente, tais pessoas não se solidarizam com a dor dos outros e nunca estão disposta a contribuir ou ajudar no que for necessário.

Nos locais de trabalho formam-se grupinhos para falar mal e reclamar de tudo e de todos, dos chefes, dos clientes, das moscas, das baratas e sobretudo dos ausentes que se tornam o centros das fofocas, dicas como “ouvi disser que aquela então o marido lhe surra bwe…”; “Aquele está bwe armado com o sapado novo, ouvi dizer que faz compras no arreiou…”; “essa então já lhe dormiram em todos os chefes…”; “aquele chefe tá namorar com a colega nova…”, “ essa pra lhe nomearem é porque o tio dela é amigo do chefe…”, tais especialistas sabem da vida de toda gente, mesmo sem as conhecer, possuem uma mente fértil e criativa, que de forma imaginária cria, recria e inventa enredos para fomentar a fofoca e a intriga para a tornar mais aliciante e atrair mais adeptos ou seguidores, falam com tanta sisudez como se tivessem prova de facto e de direito do que dizem, tais pessoas são pouco produtivas e péssimos profissionais, andam pelos corredores a procura de noticias e de temas para fofocas e intrigas, destroem relacionamentos, carreiras e sonhos.

Na sociedade, tudo que é feito está errado para eles, se um amigo comprou uma casa, lá vem eles levantando suspeita de que o vizinho roubou ou mexeu no erário; se abres um empreendimento, lá vem eles afirmando que não vai dá certo, que dá muito trabalho ou que terás muita maçada, todo o tipo de desencorajamento é difundido.

Se deixas a ebriedade, estás armado que já não dás confiança; se começas a estudar, estás armando em intelectual; se decides ser solidário e ajudar o próximo, estás armado em rico e queres lhes humilhar; se compras um carro novo, preveem dificuldade em peças de reposição e que não irás aguentar com os custos de manutenção; se for uma senhora a comprar o carro novo, então, para tais especialistas maldosos, já lhe dormiram no patrão, se a música lançada bater, o musico já recebeu feitiço, para eles tudo está e estará sempre errado, irão ver defeito em tudo e todos, jamais reconhecerão o esforço e o sacrifico alheio.

No bairro sabem da vida de todos, quem namora com quem ou quem faz o quê, ao final do dia reúnem-se os fofoqueiros em sentadas, como se de uma assembleia fosse, unicamente para beber e falar mal de tudo e todos, onde todas as frases tem o seu inicio da seguinte forma “Ouvi dizer que…” tal ouvi dizer, na maioria das vezes é uma invenção, fofoca ou intriga.

Nada de debater como melhorar as suas vidas e da comunidade, nada de debater sobre temas escolares, desportivos ou realidade sociais diversas, tais especialistas só sabem falar mal de tudo e todos, como se fossem seres perfeitos e imaculados.

Nas redes sociais, escondidos por trás da covardia do virtual, tais especialistas ganham espaço e atingem o auge da sua matreirice, ficam a sondar à socapa as postagens alheias, se alguém partilhar a conquista de diploma académico, por exemplo, os especialistas encontrarão formas hábeis de desvalorizar e denigrem o sucesso, tornando-o a todo o custo num aparente fracasso, visando atacar, não a si, mas ao seu triunfo ou conquista, como se tal sucesso fosse ofensivo para alguns.

Para certas pessoas, o sucesso do outro é como um punhado espetado no seu ego, fere tanto, que constrange a tossir abominações e babosices como forma de aliviar tal dor.

Os enredos montados cuidadosamente para enegrecer outrem, criados propositadamente, simplesmente, para desvalorizar o mérito, o sacrifício e o esforço do outro são descomunais e arrasam com a vida das pessoas, como se o esforço pessoal deixasse de existir, como se o sucesso fosse sempre originado por falcatruas ou actividades criminosas.

Tais especialistas não acreditam que o trabalho árduo e honesto pode dar frutos saborosos e levar a realização pessoal, nem que seja o direito de ter um sono tranquilo, no conforto da honradez e da honestidade.

Os especialistas em falar mal dos outros esquecem que tudo é possível para aquele que crê, sendo que os sonhos se realizam com trabalho sábio, árduo e pela busca constante pela nossa realização e pela realização do próximo, respeitando sempre a lei de Deus e dos homens. O sucesso persegue os audazes.

Os que perdem o seu foco a falar mal dos outros, desperdiçam tempo preciosos que poderiam despender para sua autorrealização, dando sentido pleno as suas vidas e tornando melhor o mundo em que vivemos.

 

Por: OSVALDO NÉRCIO DA CRUZ FUAKATINUA

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