OPaís
Ouça Rádio+
Sáb, 13 Dez 2025
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Ouça Rádio+
Jornal O País
Sem Resultados
Ver Todos Resultados

Entre 28 minutos e 15h51: A hora em que Angola e os EUA viraram a página da história

Jornal Opais por Jornal Opais
5 de Dezembro, 2024
Em Opinião

Na tarde do dia 4 de Dezembro de 2024, às 15h51, o Air Force One decolou do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, marcando o fim da histórica visita do Presidente Joe Biden a Angola.

Poderão também interessar-lhe...

Quando a juventude se move, o futuro aprende a caminhar

A decadência moral nas instituições do Estado

CONTOS D’OUTROS TEMPOS: A revolta do núcleo duro e a luta pela expulsão do Man-Jojó na liderança do partido em Vidas de Ninguém (IV)

Foi uma despedida carregada de simbolismo e promessas, em que cada palavra trocada e cada compromisso firmado ecoaram não apenas no continente africano, mas em todo o mundo.

A visita de Biden a Angola, a primeira de um presidente americano, representa um ponto de inflexão nas relações entre os dois países. Para Angola, prestes a celebrar 50 anos de independência, esta foi uma oportunidade de reafirmar a sua soberania e projectar um futuro pautado pela integração regional e pelo crescimento sustentável.

Para os Estados Unidos, foi a chance de renovar a sua presença estratégica em África, num momento em que as dinâmicas globais se redefinem entre novas potências emergentes.

O Presidente João Lourenço captou a essência da visita ao dizer: “Esta visita enterra um passado das nossas relações no quadro da Guerra Fria.” De facto, durante a segunda metade do século XX, Angola foi palco de disputas entre potências globais, onde os EUA e a então União Soviética apoiavam lados opostos de uma longa guerra civil.

Esta visita, mais de três décadas após o fim da Guerra Fria, foi um gesto claro de que os Estados Unidos estão prontos para reescrever essa narrativa, focando-se agora em colaboração e desenvolvimento.

Joe Biden, por sua vez, reforçou a visão optimista de um futuro compartilhado ao afirmar: “O futuro do mundo está aqui em África, em Angola.” As suas palavras não foram apenas retóricas; foram acompanhadas por compromissos concretos em áreas cruciais como energia limpa, segurança alimentar, infra-estruturas e integração económica regional.

No centro da visita esteve o Corredor do Lobito, uma infra-estrutura ferroviária estratégica que ligará Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia ao Oceano Atlântico. Este projecto não é apenas uma via de transporte; é um símbolo da capacidade de África de liderar a sua própria integração e alavancar as suas riquezas para beneficiar a sua população.

Durante uma cimeira multilateral realizada em Benguela, Biden destacou o impacto transformador do Corredor do Lobito, tendo enfatizado que ele não apenas reduzirá os tempos de transporte, mas também criará empregos, impulsionará o comércio intraafricano e posicionará Angola como um elo central entre o Atlântico e o Índico.

Este projecto, fruto de uma parceria público-privada com empresas americanas e africanas, é um exemplo prático do que o presidente americano chamou de “investimentos transparentes e sustentáveis.”

Como bem lembrou Kwame Nkrumah, “O futuro de África depende de como controlamos as nossas riquezas.” O Corredor do Lobito é uma oportunidade para Angola demonstrar que está pronta para transformar o seu potencial económico em prosperidade compartilhada, garantindo que os benefícios cheguem às comunidades locais.

A escolha de Joe Biden de discursar no Museu Nacional da Escravatura, em Luanda, foi profundamente significativa. Ele reconheceu o papel de Angola na história da diáspora africana e a ligação intrínseca entre os dois países. Biden afirmou: “A história de Angola e dos Estados Unidos traz uma lição para o mundo: duas nações com uma história compartilhada no mal da escravidão humana, mas agora trabalhando lado a lado pelo benefício mútuo de seus povos.” Este discurso não foi apenas um tributo ao passado; foi uma chamada à acção.

Biden reiterou que a relação entre Angola e os Estados Unidos deve ser uma parceria de iguais, baseada em respeito mútuo e interesses compartilhados. Este é um desafio não apenas para os governos, mas para os cidadãos de ambos os países.

Para Angola, esta visita é uma chance de redefinir o seu lugar no mundo. É uma oportunidade de diversificar a sua economia, investir na capacitação da sua juventude e fortalecer instituições que possam sustentar o seu progresso. Como afirmou João Lourenço: “O progresso de Angola está nas mãos dos próprios angolanos.”

Para os Estados Unidos, é uma oportunidade de demonstrar que as suas palavras de compromisso com África são respaldadas por acções concretas. Num momento em que outras potências estão a expandir a sua influência no continente, os EUA precisam mostrar que o seu modelo de parceria é mais inclusivo, transparente e voltado para o longo prazo.

Os 28 minutos que Biden levou para descer do Air Force One e os 40 minutos que passou a conversar no aeroporto não foram meros protocolos; foram um reflexo da importância que os Estados Unidos atribuem a Angola. E ao decolar do “4 de Fevereiro,” o avião presidencial carregava mais do que um líder americano: levava consigo a promessa de uma nova era nas relações entre os dois países.

Esta visita, que começou com um gesto histórico, deve ser lembrada como o início de uma parceria que não apenas beneficia Angola e os Estados Unidos, mas serve de exemplo para o mundo. Como enfatizou Biden no seu discurso: “O futuro passa por Angola, por África. Não há nada além da nossa capacidade, se trabalharmos juntos.”

A primeira visita de um presidente americano a Angola foi mais do que um marco histórico; foi um momento de reflexão, reconciliação e renascimento. Cabe agora a Angola e aos Estados Unidos transformar o simbolismo desta visita em acções que tragam resultados tangíveis para as suas populações.

À medida que Angola se aproxima do seu meio século de independência, esta é uma oportunidade única de construir um futuro baseado em soberania, progresso e colaboração global. Como dizia Agostinho Neto: “O mais importante é resolver os problemas do povo.”

Este é o momento de garantir que cada promessa feita durante esta visita seja cumprida e que cada acção contribua para o bem-estar de todos os angolanos. Aos 49 anos de independência, Angola enfrenta o futuro como um viajante que, ao alcançar o cume de uma montanha, contempla pela primeira vez o vasto horizonte.

Este é o momento de escrever uma nova história, com coragem, dignidade e uma visão clara. O céu que viu o Air Force One partir é o mesmo que abriga os sonhos de milhões de angolanos.

Que esses sonhos se tornem mais do que esperanças; que sejam o alicerce de um futuro onde Angola, com cabeça fria, nervos de aço, foco e acção, se afirme como uma força incontestável no cenário global. Que este seja o princípio de uma história que inspire gerações.

 

Por: Edgar Leandro

Jornal Opais

Jornal Opais

Recomendado Para Si

Quando a juventude se move, o futuro aprende a caminhar

por Jornal OPaís
12 de Dezembro, 2025
Foto de: DANIEL MIGUEL

Há momentos em que um País deixa de apenas organizar acontecimentos e passa a produzir sentido histórico. O que se...

Ler maisDetails

A decadência moral nas instituições do Estado

por Jornal OPaís
12 de Dezembro, 2025

As instituições do Estado deveriam ser casas de serviço público, exemplos de integridade e respeito. Porém, tornaram-se, em muitos casos,...

Ler maisDetails

CONTOS D’OUTROS TEMPOS: A revolta do núcleo duro e a luta pela expulsão do Man-Jojó na liderança do partido em Vidas de Ninguém (IV)

por Domingos Bento
12 de Dezembro, 2025

Essas entradas e saídas do Man-Jojó à casa da Velha Joana, por causa da Tilana, começaram a gerar conversas e...

Ler maisDetails

A lição sempre actual de Amílcar Cabral: o guineense que ajudou a fundar o MPLA

por Paulo Sérgio
12 de Dezembro, 2025

Há dias, uma amiga, leitora fiel destas crónicas semanais no jornal OPAÍS, lançou-me um desafio: não terminar o ano sem...

Ler maisDetails

Obras no Santuário da Muxima decorrem a bom ritmo

12 de Dezembro, 2025

Provedora de Justiça trabalha na província do Cubango

12 de Dezembro, 2025

Mãe suspeita de queimar filha com água quente por esta ter derramado fuba de milho

12 de Dezembro, 2025

‎Primeira-dama participa na terceira edição do CILA‎

12 de Dezembro, 2025
OPais-logo-empty-white

Para Sí

  • Medianova
  • Rádiomais
  • OPaís
  • Negócios Em Exame
  • Chiola
  • Agência Media Nova

Categorias

  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos

Radiomais Luanda

99.1 FM Emissão online

Radiomais Benguela

96.3 FM Emissão online

Radiomais Luanda

89.9 FM Emissão online

Direitos Reservados Socijornal© 2025

Sem Resultados
Ver Todos Resultados
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Ouça Rádio+

© 2024 O País - Tem tudo. Por Grupo Medianova.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para a utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.