Por década, a economia angolana girou em torno do petróleo, responsável por cerca de 95% das exportações e 65% das receitas do Estado. Essa dependência criou vulnerabilidade a choques externos, além de limitar o desenvolvimento de outros setores.
O futuro exige coragem para investir de modo estratégico em setores como: – Agricultura moderna e sustentável: Angola possui vastas terras aráveis e potencial hidrológico incomparável. Incentivar a produção de alimentos para abastecimento interno e exportação pode gerar milhões de empregos, fortalecer a segurança alimentar e reduzir a pobreza rural.
– Indústria transformadora local: Desde o processamento agrícola até bens de consumo e construção civil, estimular a criação de cadeias produtivas nacionais amplia o valor agregado dentro do país e cria oportunidades para pequenas e médias empresas. – Turismo ecológico e cultural: Com paisagens intocadas e rica tradição, Angola tem potencial para tornar-se um destino turístico africano, diversificando receitas e promovendo a imagem do país no exterior.
– Energias renováveis e economia digital: Investir em tecnologia, energias limpas, fintechs e startups coloca Angola na rota da inovação global, atrai talentos e cria empregos do futuro. Juventude e inovação: O novo motor do desenvolvimento Mais da metade da população angolana tem menos de 25 anos.
Jamais houve tanta energia e desejo de transformação coletiva. Para isso, políticas públicas precisam garantir: – Educação de qualidade e formação técnica moderna, ligadas às novas demandas econômicas e tecnológicas. – Inclusão digital e acesso à internet, tornando vilas e cidades ambientes de inovação, onde o empreendedorismo tecnológico floresça mesmo nas periferias.
– Apoio ao empreendedorismo jovem e exclusivo, com microcrédito, incubadoras e feiras nacionais que valorizem ideias locais, promovam startups e gerem soluções criativas para desafios sociais. Inclusão social: progresso sem deixar ninguém para trás Diversificar e inovar só farão sentido se o desenvolvimento for inclusivo. Isso significa: – Reduzir a pobreza e a desigualdade com políticas sociais robustas, como transferências de renda, cotas para jovens e mulheres no mercado de trabalho, e maior acesso a serviços públicos de saúde, educação e saneamento.
– Formalizar a economia, simplificando tributos, combatendo a burocracia e protegendo o trabalhador informal, estimulando micro e pequenas empresas. – Valorizar a participação cidadã, dando voz à sociedade civil, aos sindicatos, comunidades rurais e associações juvenis no planejamento de políticas nacionais.
Governança e imagem: O novo rosto de Angola O sucesso dessa missão passa também por fortalecer instituições, combater a corrupção, garantir segurança jurídica e promover meritocracia — acções que inspiram confiança interna e projetam uma nova imagem de Angola ao mundo, capaz de atrair investidores, criar parcerias e reafirmar o orgulho nacional.
Conclusão: Uma missão de todos, Para todos
Angola tem, hoje, uma chance inédita de erguer um novo modelo de desenvolvimento — mais resiliente, justo e inovador. Essa missão não é exclusiva do governo, nem dos empresários, nem dos jovens: é uma convocação a toda a sociedade angolana. Diversificar, inovar e incluir é construir um país onde cada angolano encontre oportunidades para prosperar, crescer e sonhar.
O tempo de esperar já passou. O futuro pede coragem, coesão e compromisso. Juntos, podemos fazer com que o progresso chegue a todos e seja o nosso maior legado nacional.
Por: DIOGENES LENGA
*Economista