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Crescimento económico e sustentabilidade fiscal em Angola: um enfoque crítico e reflexivo

Jornal OPaís por Jornal OPaís
29 de Agosto, 2025
Em Opinião

O panorama económico de Angola em 2025 apresenta-se como um mosaico complexo, marcado tanto por progressos notáveis quanto por desafios estruturais persistentes. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) previsto para este ano encontra-se na faixa de 3 a 4%, um número que sinaliza crescimento, porém limitado pelas fragilidades e dependências que ainda caracterizam a economia angolana.

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Crescimento do PIB: Realizações e limitações

Em 2025, o PIB de Angola é projectado para atingir cerca de 3,2%, conforme dados do Banco Mundial, impulsionado fundamentalmente pelo dinamismo dos sectores não petrolíferos, como a agricultura, comércio e serviços. Este crescimento é reflexo de um processo gradual de diversificação económica que tenta mitigar a histórica dependência do país do petróleo.

Não obstante, este ritmo de crescimento permanece aquém do necessário para uma transformação económica inclusiva e sustentável no país. Diversos factores limitam o potencial pleno desse crescimento.

Estruturas produtivas ainda frágeis, elevados custos de financiamento, infraestrutura insuficiente e desafios institucionais reduzem a capacidade de absorção produtiva da economia.

Ademais, a persistente inflação elevada — estimada em 27,5% em 2025 — diminui o poder de compra das famílias, afectando o consumo e, consequentemente, a demanda agregada. Assim, o crescimento do PIB, embora positivo, não se traduz por ora em avanços significativos na melhoria do bem-estar médio da população, com a pobreza afetando mais de um terço da população.

Gestão da dívida pública e pressões orçamentárias A sustentabilidade fiscal permanece um ponto nevrálgico da administração econômica nacional. Apesar de uma redução da relação dívida pública/PIB de cerca de 89% para 70,9% do PIB, resultado de crescimento nominal e esforços de gestão da dívida, Angola ainda enfrenta o peso dos pagamentos de juros que absorvem cerca de 6,2% do PIB, representando mais de um quarto das despesas públicas totais.

O défice orçamentário global tem mostrado sinais de deterioração, passando de 0,7% em 2023 para 1,5% em 2024, o que exige medidas rigorosas para conter o crescimento dos gastos públicos e ampliar a base de receitas não petrolíferas.

A rigidez orçamentária e a necessidade de flexibilização em sistemas eleitorais futuros representam desafios para a governança fiscal, que carece de políticas eficazes para garantir equilíbrio entre investimento social e infraestrutura sem comprometer a estabilidade macroeconómica.

Sustentabilidade do modelo económico em face da volatilidade do petróleo

Um dos dramas centrais da economia angolana é o alto grau de dependência das receitas petrolíferas, um recurso sujeito a grandes oscilações no mercado internacional.

Embora o setor petrolífero tenha registrado melhora recente devido ao aumento dos preços e da produção, a tendência de médio prazo indica um declínio, exigindo uma articulação acelerada para que os setores emergentes possam sustentar o ciclo econômico.

A volatilidade do petróleo impacta directamente a capacidade do governo de planeamento e execução orçamentária, influenciando o balanço fiscal e as reservas internacionais.

A persistente flutuação dos preços no mercado externo reforça a necessidade imperativa de Angola em consolidar uma economia mais diversa e resiliente, reduzindo vulnerabilidades e ampliando fontes robustas de receita. A transição para um modelo de crescimento baseado em recursos renováveis e indústria local não é só desejável, mas vital para a segurança econômica e social.

Reflexão

A análise crítica do crescimento económico e da sustentabilidade fiscal em Angola revela uma economia em transição, que embora caminhe para a diversificação e aprimoramento fiscal, ainda enfrenta limitações estruturais, pressão inflacionária e dependência de fatores externos, especialmente o petróleo.

O desafio maior reside na capacidade do país em implementar reformas profundas e continuadas que apoiem um crescimento mais inclusivo, sustentável e menos vulnerável a choques externos.

Este cenário exige diálogo constante entre governo, sector privado e sociedade civil, com políticas públicas orientadas para a ampliação da base produtiva, o fortalecimento da governança fiscal e a proteção social, assegurando que o crescimento econômico se converta em melhoria concreta para a população angolana.

Por: DIOGENES LENGA

*Economista

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