À coordenação do jornal OPAÍS, votos de óptima segunda-feira. A preservação dos bens públicos é, antes de tudo, um ato de consciência coletiva.
Tudo o que pertence ao Estado como ruas, escolas, hospitais, jardins, transportes e monumentos, é, em última instância, fruto do esforço de todos os cidadãos.
Cada parede pichada, cada banco quebrado, cada lâmpada furtada representa um retrocesso pago com o dinheiro de quem acorda cedo e paga impostos.
Cuidar do que é público é cuidar do que é nosso, e o descuido revela mais sobre a nossa mentalidade social do que qualquer discurso bonito sobre patriotismo.
Infelizmente, há uma cultura enraizada de indiferença em relação ao patrimônio comum. Muitos tratam os bens públicos como se fossem de“ninguém”,e não de “todos”.
Essa mentalidade distorcida alimenta o ciclo de destruição e abandono, obrigando o Estado a gastar mais na reparação do que no investimento em novas infraestruturas. É o retrato perfeito da ironia nacional: exigir melhorias de um governo enquanto destruímos o que já foi conquistado.
A educação tem um papel central nessa mudança. Ensinar desde cedo o valor do coletivo, a responsabilidade cidadã e o respeito pelos espaços comuns é o primeiro passo para quebrar esse ciclo.
Não basta punir quem vandaliza; é preciso formar mentalidades que compreendam que o bem público é um legado partilhado. O problema não é apenas de gestão, é de caráter social.
POR: Silas Elias, Samba









