O director do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas do Uíge, Eduardo Gomes, destaca que a província vive um momento de revitalização agrícola, com avanços na produção de mandioca, banana e frutas tropicais, mas sobretudo na cafeicultura, que já ultrapassa as 10 mil toneladas anuais. Em entrevista ao jornal OPAÍS, à distância, o responsável fala sobre os programas de apoio aos camponeses, os desafios da mecanização, a gestão florestal e a importância da agricultura para a segurança alimentar e para a redução da pobreza no Uíge
Como é caracterizado actualmente o sector da agricultura e florestas na província do Uíge?
O sector da agricultura e florestas na província do Uíge caracteriza-se por várias particularidades ligadas ao clima, solo, tradição agrícola e recursos naturais existentes.
Quais são as principais culturas agrícolas produzidas na província e quais têm maior impacto?
As principais culturas de importância económica produzidas na província são: mandioca, banana, citrinos, manga, arroz, amendoim, feijão, soja, batata, inhame, previde, gergelim, hortícolas e a mandioca, cultura que a província pode se considerar autossuficiente. Entre as culturas com maior impacto económico temos o café, pela sua tradição exportadora; a mandioca, que garante a segurança alimentar, bem como a banana e fruteiras tropicais.
Uíge, tradicionalmente conhecida pela produção de café. Em que ponto se encontra a revitalização da cafeicultura?
A província do Uíge considera a cultura de café como seu património cultural e, concomitantemente, tradicional desde os tempos idos e foi o sustentáculo das suas famílias. Actualmente, os indicadores mensuráveis da produção do café são exponenciais, atingindo cifras na ordem de 10 mil toneladas/ano. Esse crescimento é resultante da vontade veemente dos produtores, da aferição de insumos, equipamentos, mudas de café por parte do governo da província e veementemente da assistência aos cafeicultores.
Existem programas específicos para apoiar os pequenos agricultores familiares na província?
Na província, existem, sim, muitos programas específicos que visam apoiar os pequenos agricultores, marcadamente mecanização agrícola, acesso à terra, financiamento comunitário, inclusão social, microempresarial e práticas resilientes às mudanças climáticas e Samap (Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Comercial) e PLAAF (Projecto de Apoio à Agricultura Familiar).
Leia mais em