Uma delegação da União Europeia esteve este sábado no Lobito (Benguela), para testemunhar o nível de engajamento da sua parceria com Angola em relação ao Corredor do Lobito.
Infra-estruturas do Porto do Lobito e do Caminho de Ferro de Benguela, mereceram a atenção especial da comitiva.
Em declarações à imprensa, a embaixadora da UE em Angola, Rosária Bento Paiva, afirmou que vão começar a trabalhar com maior empenho com o consórcio Lobito Atlantic Railway, vencedor do concurso para exploração do Corredor do Lobito, já em funções.
“Estivemos agora no Huambo para lançar a primeira pedra para construir a plataforma logística para frutos tropicais e viemos ver in loco as potencialidades do Corredor para propiciar uma parceria com a UE”, explicou.
Lembrou que, durante o forum de negócios Angola/UE, no dia 17 de Novembro deste ano, foi assinado um acordo sobre o desenvolvimento sustentável que vai permitir que a partir de agora, Angola vai prover a viabilidade de vários investimentos.
“Isto vai ajudar a criar um ambiente de negócios para que as empresas privadas possam vir com mais capacidade e com mais confiança para investir”, considerou.
Rosária Bento Paiva esclareceu que, no âmbito da estratégia “Global Gateway” adoptada pela União Europeia, em 2021, o Corredor do Lobito e a Barra do Dande são tidos como dois importantes projectos.
Justificou o facto de não avançar montantes de investimentos devido ao facto dos projectos estarem na fase de estudos de impacto e assistência técnica, e só depois serão definidas as necessidades para poder desenvolver todos os sectores, como os transportes, energia, agricultura e outros ao longo do Corredor.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, disse ser uma oportunidade de ver pessoalmente e chamar atenção sobre aquilo que é uma obra de maior importância para Angola.
“Temos aqui o Corredor do Lobito que vai desaguar nesta cidade. Uma obra parcialmente natural e construída que permite condições excepcionais para fazer com que os minérios vindos da RDC e da Zâmbia e a produção agrícola do planalto central possa chegar ao Porto, e daqui ir para o resto do mundo, particularmente para a Europa.
Segundo o ministro , o mundo está a mudar para vários sentidos, nomeadamente a energia e o acesso as matérias-primas, daí a necessidade de haver novas infra-estruturas.
Por sua vez, o Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, acredita que virão mais investimentos e por conseguinte, o Porto em particular ganhará muito com esse projecto.
“Estamos diante de sinais que o Corredor do Lobito vai funcionar porque, cada vez mais, os nossos parceiros acreditam naquilo que existe e no que constatam”, afirmou.
O PCA acrescentou ainda que as potencialidades do Corredor vão fazer com que o projecto tenha sucesso.
Integraram a delegação da UE, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, os embaixadores da Bélgica, Portugal e Espanha, bem como empresários dos seus países.