São os entes públicos que, no novo modelo, vão assumir os transportes públicos, enquanto os privados poderão receber do governo, mas terão de pagar na totalidade, e não mais por parcelas
O ministro dos Transportes, Ricardo D’ Abreu, avançou, nesta segunda-feira, 1, que o governo vai deixar de distribuir autocarros aos privados e vão ser os entes eminentemente públicos que vão assumir a gestão dos transportes públicos, com espírito de sustentabilidade e prolongamento do tempo de vida dos meios. Entretanto, esclareceu que o governo poderá dar autocarros a privados, mas, no novo modelo, têm de necessariamente pagar.
A medida surge devido ao défice de gestão, tanto de natureza técnica, como comportamental, tendo afirmado que as empresas que deviam impulsionar os processos criam obstáculos à mobilidade de pessoas e bens. “Muitos operadores não têm vocação de prestar serviço público. Ricardo D’ Abreu admitiu haver ainda um défice de transportes públicos e que, dos que têm sido atribuídos, registam pouco tempo de vida útil, em média cinco a três anos, devido ao estado das estradas e a falta de manutenção adequada.
Segundo o governante, o tema dos transportes de mercadoria também é muito importante, mas referiu que depende da dinâmica da economia e do trabalho de outros sectores, como o Ministério das Obras Públicas, no que diz respeito à qualidade das estradas. Segundo os números avançados pelo governante, que foi o convidado de Carlos Rosado de Carvalho da IV edição do espaço “Conversas Economia 100 Makas”, até 2024, a província de Luanda recebeu 1023 (mil e 23) autocarros e necessita de outros 4 mil novos autocarros.
O ministro reconheceu que a mobilidade urbana ainda é deficitária e, para resolver o problema, Ricardo D’ Abreu disse es- tarem em curso acções de curto e médio prazo, com previsão de aumento de novos autocarros, com a gestão pública, a transfor- mação do modelo tarifário e, segundo referiu, com essas e outras acções, o governante acredita que, nos próximos oito anos, Luanda vai assistir a um cenário diferente. O ministro disse ainda que as enchentes de pessoas nas paragens e as condições humilhantes em que são transportadas são a sua maior preocupação. “São situações que mais me tiram o sono, mas vai se alterar o paradigma”.









