Auditoria externa confirma valorização das Unidades de Participação do Fundo de Capital de Risco (Greenfield-FCR) em 43,29% em 2024, tendo superado, igualmente, a inflação e rende acima dos títulos públicos
As demonstrações financeiras auditadas pela PWC mostram que o Greenfield-FCR registou, em 2024, uma valorização das Unidades de Participação (UP) de 43,29%, sustentada pela formação de capital bruto fixo, associada à fábrica que está em fase final de construção no Huambo.
Este desempenho supera largamente a inflação homóloga do mesmo exercício (28,18% ), a média anual da remuneração dos depósitos a prazo pelos bancos comerciais (10,29% ) e situa-se acima da rentabilidade dos bilhetes de tesouro (cerca de 15% ). O forte ganho reflete a estratégia de investimento focada em activos com impacto sustentável.
O fundo alcançou um valor líquido global de cerca de Kz 1.645.673.983 (kz 1.645 milhões) – um crescimento significativo face ao capital inicial – e continua a atrair subscrições de investidores institucionais e privados.
De acordo com o relatório da CMC (Comissão do Mercado de Capitais), o Greenfield-FCR foi o fundo de maior evolução mensal em montante sob gestão entre todas as SGOIC do mercado angolano em Abril de 2025, registando uma variação de cerca de 6,61%.
Estes resultados destacam o apetite crescente por soluções alternativas de financiamento – em especial face às elevadas taxas de juro bancárias em cerca de 20 a 22% –, reforçando a procura por veículos como o Greenfield-FCR.
O Greenfield-FCR é um fundo de capital de risco orientado por critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Tal como divulgado pela Deltagest Capital, “é característica especial da política de investimento do Fundo […] ser um fundo de capital de risco com preocupações Ambientais, Sociais e de Governança”.
O objetivo é gerar rendimento em kwanzas ao mesmo tempo que se provoca “um positivo impacto social, económico, cultural, ambiental e de governança empresarial” no país. O portfólio foca-se em sectores de grande impacto económico-social, nomeadamente saúde, agricultura e bem-estar social.
Principais investimentos
O Primeiro investimento do Greenfield-FCR em Angola foi na fábrica de medicamentos – Ovihemba (Laboratório Farmacêutico) – localizado na província do Huambo.Com um investimento aproximado de 5 milhões USD, esta unidade fabril terá capacidade de produzir 100 milhões de comprimidos por ano.
Prevê-se concluir a construção em Julho do corrente ano, iniciando a montagem dos equipamentos em Agosto e os primeiros testes de produção no último trimestre do mesmo ano. O início da produção e comercialização está prevista para inícios de 2026. Este investimento prevê criar cerca de 32 empregos locais qualificados em ciências farmacêuticas e manutenção.
O segundo investimento é o projeto agrícola “Campo Verde”, conhecido como Agritech – que lançou a sua primeira campanha de cultivo em Maio de 2025, com colheita prevista de Setembro a Outubro.
Orientado para práticas sustentáveis e aumento da produção nacional de alimentos, projecta ampliar a oferta de produtos agrícolas e gerar empregos rurais. Nesta primeira fase, o fundo trabalhou com 46 agricultores, no Município do Longonjo, Comuna do Lepí, para a produção de 25 hectares de batata-rena.
Já o último projecto é o Laços Vivos (Cuidados especializados e bem-estar) – iniciativa de bem-estar social em fase de concepção, destinada a oferecer serviços de acomodação assistida, tanto permanente como temporária, reabilitação, cuidados continuados e actividades sociais.
O projecto visa apoiar os mais velhos, pessoas em recuperação e indivíduos que necessitem de cuidados especializados, proporcionando-lhes um ambiente que combina conforto, assistência continuada e integração social.
Desenvolvida com um enfoque na dignidade e na promoção da qualidade de vida, esta iniciativa pretende criar um espaço onde o bem-estar e a comunidade se complementam, garantindo um acompanhamento personalizado e uma resposta eficaz às necessidades dos beneficiários.