Os académicos afectos à Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHOTUR), situada na centralidade do Kilamba, em Luanda, defenderam, nesta quarta-feira, 15, a necessidade de haver mais investimentos para a formação de quadros na área de turismo em Angola.
Reunidos para um encontro de reflexão sobre o “Turismo de base Comunitária”, vários estudantes e docentes ficaram a saber, através do director-geral da instituição de formação hoteleira, Miguel Fernando, que é possível formar quadros de elite para o desenvolvimento de um turismo sustentável em Angola.
Ao jornal OPAÍS, o dirigente da instituição afecto à Universidade Agostinho Neto afirmou que a sua escola se encontra capacitada para criar um núcleo de formandos que possam dar respostas às diversas necessidades que o sector apresenta.
O objectivo principal, afirma Miguel Fernando, referindo à sua nova equipa, “é formar quadros de elite da última geração, para que possam responder a qualquer necessidade na área do turismo”.
O recém-nomeado director para conduzir os destinos dos estudantes a nível superior de turismo disse que tem sido “vergonhoso” ver estudantes do ensino superior a serem orientados por trabalhadores ocasionais em restaurantes e hotéis, por falta de condições na instituição.
Almeida Matias, docente universitário da ESHOTUR, chamado a falar aos estudantes sobre o desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária, disse que é possível envolver as comunidades ao turismo em Angola, explicando que cada localidade deste país tem as suas valências.
Para o prelector, o turismo de base comunitária permite a divulgação de potenciais locais sem necessidade de grandes infra-estruturas, como hotéis e restaurantes, por requer, no seu entender, oferecer apenas o que há de importante para os visitantes ou turistas.
O académico afirma que o turismo comunitário constitui uma das formas capazes de contribuir para a economia angolana, através de iniciativas dos empresários locais.
Já o prelector Muemba, fundador da startup Mussekemart, criada há dois anos para a promoção do turismo aos bairros periféricos de Luanda, disse a este jornal que, através da sua iniciativa, mais de 100 turistas visitaram várias localidades da capital angolana.
Muemba afirma que a sua organização tem formado pessoas para o auxílio dos visitantes e 15 mulheres beneficiam de uma formação, no âmbito do desenvolvimento ao turismo local.
O responsável da Mussekemart defende a valorização das histórias locais, pois, para ele, os “musseques” reservam histórias de muita gente.
A realização do simpósio sobre turismo de base comunitário enquadra-se no âmbito das actividades académicas e extensão universitária da ESHOTUR e visa a capacitação dos estudantes de hotelaria e turismo.
Por: Adelino Kamôngua