Depois de ter conquistado os títulos de campeão de juniores e seniores, durante as finais, no domingo, numa prova disputada no Clube de Ténis dos Coqueiros, na capital angolana, Emerson Pedro, atleta da Jacquisa Ténis, disse, em entrevista a este jornal, que a sua carreira está bem. O jovem tenista, de 17 anos, revelou o segredo de ter conseguido o segundo lugar do ITF Word Tennis Tour J30, bem como reconheceu que a modalidade em Angola está em bom caminho
Emerson Pedro fez saber que a conquista do segundo lugar do ITF World Tennis Tour J30, Torneio Internacional de Juniores de Ténis, disputado na Academia do Kikuxi Villas Club, em Luanda, aumentou as responsabilidades em continuar a representar condignamente as cores nacionais.
O jovem tenista, de 17 anos, não escondeu a satisfação por ter-se sagrado vice-campeão da prova internacional, apesar de lamentar o facto de não ter chegado mais longe, após deixar o pódio fugir por um lapso cometido durante a final diante do atleta da Checoslováquia, Nicolas Moravec. “Foi um torneio diferente daqueles que eu já fiz. Tive o maior proveito, mas também muitas dificuldades.
Encontrei adversários bons, cheguei à final no segundo torneio, mas eu podia ter ganho. Perdi por uma pequena falha, mas saí com a cabeça erguida, porque senti que dei tudo de mim, por mim, pelos meus colegas, pelo meu treinador, pelos meus pais, pela presidente e mentora do projecto Rosa Pinto Leite, e todos aqueles que directa ou indirectamente têm contribuído para o sucesso da minha carreira”, sublinhou.
O atleta admitiu ter largas culpas na derrota sofrida, na final, diante do britânico Joshua Wright, ao decidir trocar o equipamento, em virtude de, a dado período da partida, sentir-se mal em continuar a jogar com a roupa molhada. “Senti que tinha de trocar o equipamento, mas não estava no tempo de troca.
Quando eu saí, o árbitro chamou por mim e cheguei atrasado, então ele retirou-me um ponto, que acabou por me afectar e crioume um distúrbio mental”, confessou o tenista promissor.
Emerson Pedro revelou ter sido um campeonato com mais de dez jogos muito bem disputados, ante adversários difíceis de ultrapassar, tendo destacado o facto de ter vencido, nas meias-finais, o indiano Swantanter Kajal, por 2 set’s 0, num jogo com histórico de algum equilíbrio.
O atleta encara o futuro com ambição, mas acima de tudo muito confiante em alcançar novos triunfos, para “continuar a representar o país e orgulhar o ténis angolano”. Acrescenta que não espera parar por aqui, porque, agora, deve “pensar mais alto e estar focado nos próximos torneios”.
A actual versão do torneio internacional, na visão de Emerson Pedro, é muito boa, argumentando que “sempre tivemos uma boa organização”, mas sobretudo “apoio da equipa, direcção da Jacquisa, do treinador, mas também do público amante da modalidade”.
“É sempre bom jogar em casa, esta é uma vantagem que temos, de modo que senti que dei tudo e, de agora em diante, como já disse, só me resta preparar bem para os próximos torneios”, disse.
Por um lado, o atleta considerou ter cumprido bem o seu papel de número 2 do ténis em Angola, sublinhando, por outro, estar disposto a dar sequência ao bom percurso e a não parar por aqui.
“Temos jogadores com um bom ranking”
Sobre o estado actual do ténis angolano, Emerson Pedro disse ter a percepção de que a modalidade no país está no bom caminho, considerando que “nos últimos dois a três anos temos um grande passo com o ténis angolano no mundo”.
E acrescenta: “Temos jogadores com um bom ranking e penso que, de agora em diante, vamos continuar a dar passos maiores”. Emerson Pedro defende, no entanto, mais investimento na modalidade, para que mais equipas estejam a competir a nível nacional e internacional, enaltecendo o apoio dos treinadores e a iniciativa do projecto Jacquisa Ténis, fundado pela presidente Rosa Pinto Leite, em apostar na formação de jovens talentos, afastandoos das ruas e da delinquência.
“O ténis é um desporto que já tem muito tempo em Angola e penso que deveria ter mais equipas. Mas, acho que os dirigentes angolanos estão a trabalhar nisso”, disse, tendo ressaltado o desempenho em termos de equipa.
“Em termos colectivos, penso que estivemos também muito bem, tivemos um grande apoio do capitão e dos colegas e do nosso treinador. Penso que todos contribuímos, porque a vitória de um é a vitória de todos. Estou feliz com a equipa e pelo desempenho que tive”, finalizou.