Eleito recentemente presidente da Associação dos Profissionais de Cinema e Audiovisual de Angola (APROCIMA), o actor e produtor de cinema Sílvio Nascimento defende a criação de um fundo financeiro para dar sustentabilidade e estímulo ao cinema nacional e impulsionar a sua divulgação quer a nível nacional, quer internacional. Sob a sua liderança, quer tornar a APROCIMA numa associação mais próxima, mais visível, mais democrática e promotora dos direitos e valorização dos intervenientes do sector do cinema nacional
Antes de mais, quais as motivações que lhe levaram a concorrer à presidência da APROCIMA?
O que me levou a concorrer a presidente da APROCIMA foi basicamente o facto de eu olhar para o cenário artístico e perceber que existem algumas coisas que nós podemos fazer, separando as águas, mas que muita gente olha só para uma direcção, no sentido de que todo o mundo quer ser actor, ser realizador, quer ser produtor, mas aqueles que querem estar por trás da máquina e fazer a coisa acontecer são poucos.
Chega um momento na vida em que a gente começa a se questionar não o que os outros vão fazer por nós, mas o que podemos fazer pelos outros, para que a classe cresça um bocadinho mais.
Então, imbuído desse espírito, cheguei à conclusão de que chegou a hora de trabalhar de uma outra forma para obtermos algumas coisas das quais queremos. Em que estado encontrou a associação?
Por muito que se ache o contrário, encontrei a associação com algum avanço. Encontrei uma associação bem estruturada em termos legais, uma associação que muito trabalhou para dar seguimento a alguns projectos. Mas importa referir que trabalhar com associativismo depende do esforço e do empenho de todos, mas nem todos estão a remar para a mesma direcção, então existem algumas dificuldades por se ultrapassar.
Que dificuldades são estas que encontrou? Sabemos que a APROCIMA precisa de mais visibilidade, mais proximidade aos seus associados, alguns pendentes de quotas, organização estrutural e a definição de pontos estratégicos para se poder alavancar a associação na direcção que desejamos.
São 11 anos de APROCIMA, então queremos dar continuidade ao trabalho, criar alguns projectos novos. Quais os pilares ou áreas de actuação específicas irão nortear a sua liderança?
Nós não temos um projecto específico como tal, mas temos onze pontos estratégicos que estão interligados, sendo que um completa o outro. Estes projecto tão relacionados por exemplo com a necessidade de entrarmos para o processo de aquisição de carteira profissional do artista para os associados, a protecção dos direitos autorais e conexos, lutar para uma maior projecção dos conteúdos do nosso cinema, quer a nível nacional quanto internacional.
Há necessidade de criação de um fundo financeiro para dar sustentabilidade ao cinema nacional. Isto vai permitir que possamos produzir, promover, divulgar e exibir os nossos conteúdos com menor dificuldade.
Tudo isso faz parte de um leque de acções que nós queremos implementar para levar o cinema nacional a outros patamares. A formação por exemplo é também um elemento que faz parte dos nossos desafiados.