A convite do rei do Congo, Afonso Mendes, os reis do Bailundo, do Uíge e das Lundas marcaram presença na no Festival Internacional de M’Banza Congo “Fest-Kongo”, reforçando a unidade, o respeito e a solidariedade entre os reinos de Angola
E kuikui VI Tchongolola Tchongola, rei do Bailundo, Muatchissengue Wa Tembo, rei das Lundas, e António Charle Muana Uta, rei do Bakongo-Bayaka (Uíge) acompanharam de perto as cerimônias e rituais de consagração do espaço onde decorre a festividade, demostrando a união, o intercâmbio, a amizade e a solidariedade que nutre as relações dos diferentes reinos que compõem o panorama cultural nacional.
Na qualidade de anfitrião, Afonso Mendes prestigiou os seus contemporâneos com lugares de destaque na tribuna VIP do evento, manifestando respeito e gratidão pela disponibilidade e disposição em prestigiar a festividade do Património da Humanidade.
Além de festejar com os povos do reino do Congo a celebração de sua cidade sede, os reis convidados aproveitaram trocar ideias, experiências e visões sobre os diversos assuntos que dizem respeito à valorização, preservação e divulgação das culturas africanas em Angola.
Para o soberano rei do Congo, Afonso Mendes, a presença de outros reis na festividade de Mbanza Kongo representa a união, o respeito e o interesse das autoridades em continuar a preservar a cultura angolana num esforço conjunto de todos os reinos.
O soberano reforçou que o FestKongo não é apenas uma festividade do povo do Zaire, mas de toda Angola e que por esta razão é importante que todos os reinos do país participem desta celebração. “A presença de todos os reis aqui significa a unidade dos nossos reinos, das nossas culturas, do nosso povo e do nosso país.
É uma maneira de mostrarmos que estamos unidos e de nos ajudarmos a resolver os problemas que afectam os nossos povos com a troca de ideias e de experiências”, explicou líder anfitrião. Por sua vez, Muatchissengue Wa Tembo, rei das Lundas, considerou o momento de unidade dos reis como um boa oportunidade para a troca de conhecimentos e de intercâmbio entre as diferentes culturas.
Muatchissengue, que participa pela primeira vez na festividade de Mbanza Kongo, frisou que não existe uma cultura que sobrepõe a outras, mas que as culturas complementam-se, ressaltando que todas são importantes e tornam Angola nasce rica nação que é hoje.
“Tem-se dito que nenhuma cultura é superior a outra, o nosso país é um mosaico cultural e no entanto, a nossa presença aqui mais uma vez demostra que estamos unidos na missão de continuar a preservar a nossa cultura enquanto angolanos e africanos, honrando o legado dos nossos ancestrais”, sublinhou.
Aprender a conviver na diversidade cultural
Já o rei do Bailundo, Ekuikui IV olhou para o momento com um olhar de prosperidade e de cultivo de relações saudáveis entre os diferentes povos, destacando o interesse do seu reinado em aprender, conhecer e compreender cada vez sobre outras culturas para melhor se construir uma convivência saudável na diversidade cultural dos povos.
Reconhecendo que Angola é um país multicultural, os líderes dos diferentes mostraram estarem unidos e abertos a partilha de conhecimentos e de ideias com foco na preservação das raízes culturas do país. Durante as suas presenças no evento, os diferentes reis foram guiados a visitar os vários lugares, culturais e de elevado valor patriótico existente na cidade de Mbanza Kongo e de outros municípios da província d Zaire.
Andando em caravanas, sob escolta da Polícia Nacional, os soberanos visitaram o cemitério dos reis do Congo, a histórica capela do Culumbimbi, o Museu dos Reis do Congo, a árvore sagrada de Yanlako, a praça Drº António Agostinho Neto, o largo dos reis e heróis do reino do Congo e outras regiões vizinhas, terminando o passeio com a visita ao posto fronteiriço do Luvo.
O propósito das visitas resumiase em conhecer os pontos históricos, aprender sobre a cultura dos povos do reino e criar bases para estimular a boa convivência na diversidade cultural entre os povos.