Seis angolanas foram distinguidas, no sábado, com o título Doctor Honoris Causa nas categorias Cultura, Honra e Humanidade, durante a conferência anual da Câmara Internacional de Escritores e Artistas (CIESART), que se realiza em Espanha, de 4 a 8 de Dezembro. De acordo com uma fonte diplomática, trata-se das escritoras, académicas e diplomatas Egna Alegre de Sousa, Fernanda dos Santos de Benedito, Sandra Mainsel, Sílvia da Cruz, Lenisha Baio e Luzia Oliveira.
A participação angolana na CIESART destacou a defesa da paz, da comunicação e do valor humano como agentes activos na promoção da harmonia entre nações e culturas, indica a fonte. No evento foram reflectidos e discutidos os princípios que fortalecem a paz mundial, a promoção da literatura, a preservação das culturas e das línguas nativas, a promoção da ciência, a disseminação de todas as artes e a união das nações.
A ocasião serviu para a partilha de visões sobre globalização, paz, comunicação e valores humanos num encontro que reuniu diversas culturas e nações. A escritora e diplomata Egna Alegre de Sousa, indicada como presidente da Comissão Intercontinental para o Continente Africano da CIESART, apresentou uma intervenção centrada no trinómio Globalização, Paz e Justiça, defendendo uma globalização com rosto humano e alertando para o seu carácter ambíguo, sobretudo no contexto africano.
Sublinhou que, embora a globalização traga oportunidades económicas, intercâmbio cultural e acesso a mercados globais, também impõe desafios que exigem compromisso com a arte, a cultura e os valores civilizacionais. Para a autora, a paz é um valor inegociável e deve ser assumida como compromisso activo entre as nações, sendo a cultura e a arte elementos unificadores que aproximam os povos.
Concluiu apelando a uma cooperação internacional assente na fraternidade e no respeito mútuo. Por sua vez, a jornalista Sandra Mainsel abordou o tema “Comunicação e Paz”, destacando a comunicação como essência da vida e principal ferramenta para a construção da paz.
Recordou que “tudo começou com a Palavra” e defendeu que a falta ou distorção da comunicação está na origem de conflitos actuais, mencionando os cenários na Palestina e na Ucrânia.
Seguidamente, a académica Fernanda da Costa dos Santos de Benedito, vice-reitora para os Assuntos Académicos da Universidade Agostinho Neto, destacou o papel da arte como elemento fundamental para a preservação da paz e da diversidade cultural. Realçou que grande parte das expressões artísticas nasce da palavra e da língua, sejam nativas, sejam herdadas de processos coloniais.
Defendeu a construção de um “mundo transcultural” alicerçado na paz e transformado pelo poder da palavra, do conhecimento e da educação, esta última considerada garante da soberania das nações.
A diplomata Sílvia da Cruz reforçou a centralidade do ser humano em qualquer acção pela paz, sublinhando o papel de Angola na protecção e promoção da paz, lembrando que o país tem contribuído de forma significativa para a estabilidade em África e no….









